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sábado, 29 de março de 2008

Viva a parcialidade!

Já faz um tempo que eu estou escrevendo algumas linhas sobre a questão da imparcialidade, não só na imprensa, mas nos indivíduos como um todo. o texto ainda não havia ganhado forma, e não tinha uma razão que o ilustrasse e fizesse com que saisse dos meus rascunhos.
Essa semana, porém, li no Blog "Sou Cruzeirense", do amigo Carlão Azul, um texto assinado pelo jornalista Bruno Mateus, que analisa om comportamento da mídia mineira em realação a uma suposta diferença de tratamento na imprensa entre Cruzeiro e Atlético. É quase uma teoria da conspiração.
Apesar de achar o texto coerente e bem escrito eu discordo de quase tudo. Eu, de fato, enxergo uma boa vontade maior no que diz respeito as "coisas" do Atlético - Sim! tudo é maior, tudo é mais bonito e mais emocionante quando se fala do Galo.
Segundo o Bruno, apoiado pelo Carlão e por quase 90% dos visitantes de seu Blog a imprensa mineira é atleticana!

o que eu acho...

Espero que eu consiga me fazer entender, amigos. É que eu acho isso tudo uma grande bobagem.
A imparcialidade não existe, e nem deveria ser forçada a existir, pois ela é, em essência, falsa, mentirosa.
Qual mal há num sujeito parcial, como eu, diga-se de passagem. Sou Flamengo! E as questões que envolvem o meu time sempre terão um tratamento especial, um toque de efeito.
Eu sou contra a parcialidade maldosa, aquela que se finge de imparcial para formar opiniões e manipular o senso comum que, até admito, que possa ser em parte o que acontece com a imprensa mineira.
O que eu quero dizer é que no fundo é muito melhor se declarar PARCIAL, e pronto!
Todos nós, eu digo TODOS, somos parciais. Pra mim, os imparciais são uns vigaristas Toda crítica e todo elogio são pessoais, por mais que seja necessário camuflar essa verdade.
Não é uma agressão à ética ser parcial, desde que não seja mentiroso, malicioso.

Nelson Rodrigues disse:
"O ser humano é capaz de tudo, até de uma boa ação. Não é, porém, capaz de imparcialidade. Só acredito na isenção do sujeito que declarar que a própria mãe é vigarista."

Qual imparcial declararia a própria mãe uma vigarista?

Em tempo: a parcialiade cabe, quase sempre, apenas no meio esportivo e, insisto, desde que não seja suja e desonesta, aquela que varre a poeira pra debaixo do tapete, ou encobre uma cagada de alguém.

Viva a parcialidade (pura e inocente)!

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O endereço do Blog Sou Cruzeirense é: http://soucruzeirense.blogspot.com/
O Bruno Mateus (que não conheço) é jornalista e reside em Buenos Aires - Argentina.
E-mail para contato: bvasconcelos@pop.com.br

quinta-feira, 27 de março de 2008

A torcida alvinegra

Tenho um amigo que estima em 17 pessoas os alvinegros existentes no mundo. Esse exagero caricatural, porém, não deixa de ter o seu fundo de verdade. E de fato: a torcida alvinegra é pequena.Se comparada à do Flamengo, á do Vasco, some, desaparece. Mas apresenta uma característica que falta às demais. É a torcida patética. Nem todo mundo pode imaginar o que é "ser Botafogo". Vejam um vascaíno, um rubro-negro e um tricolor. Eles se parecem entre si como soldadinhos de chumbo. Reagem diante da derrota, da vitória e do empate de maneiras bem parecidas. Sua euforias e tristezas são equivalentes. Mas há, no botafoguense, coisas que só ele tem e que o distingue dos outros. Eu falei no patético que me parecia ser a virtude mais pessoal do botafoguense autêntico. Sim, amigos, é um ser que sofre e que, mais do que isso, gosta de sofrer e PAGA para sofrer.No fundo existe no alvinegro um pouco de esquisitisse. Ele só está feliz e realizado quando arranca os cabelos e chora baldes de lágrimas.Ponham uma barba postiça num torcedor do Botafogo, dêem-lhe óculos escuros, raspem-lhe as impressões digitais e, ainda assim ele será inconfudível. Por quê? Pelo seguinte: há no Botafogo um pessismismo mortal. Eu pergunto: Por que vamos aos campos de futebol? Porque esperamos a vitória, oras! Esse otimismo é o impulso que nos leva a comprar o ingresso e vibrar os noventa minutos. Não importa se nosso time está perdendo de 4 a 0. Até o penúltimo segundo, nós ainda esperamos a virada, ainda esperamos a reação. Pois bem: o torcedor do Botafofo é único que, em vez de esperar a vitória, espera a derrota.No dia em que tirarem do alvinegro o direito de sofrer ele ficará inconsolável, como um ser que perde sua função e o seu destino.Desta vez, porém, os alvinegros devem estar espantadíssimos. O time já não lhe parece querer repetir as decepções de outros tempos. Está vencendo ou, na pior das hipóteses, empatando. E além do mais, desponta como líder e sente a possibilidade do título. Ganhando ou não, seja como for, a rotina do sofrimento está se quebrando. É uma experiência nova para quem adquiriu o hábito, o vício, quase a volúpia das derrotas sistemáticas.O triunfo tem isto de bom: acorda e ressucita o torcedor infiel, que só aparece nas vitórias.Os 17, que eu me referia no começo hão de estar presentes em qualquer circunstância, sobretudo na adversidade. É de uma fidelidade que impressiona.Mas como o time está fazendo bonito, botafoguenses que pareciam mortos há uns 3 ou 4 anos, passaram por uma verdadeira ressurreição.Os 17 já não são mais 17, amigos. Mas, talvez, como na final da Copa do Brasil, contra o Juventude, essa não seja a verdadeira torcida alvinegra.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Um time que pode chegar lá (por Áureo Ameno)

Vou tentar fazer uma radiografia do atual time do Vasco. Com minha experiência de muitos e muitos anos de futebol. O goleiro, até aqui, tem demonstrado que é dos bons. Aliás, o Vasco sempre teve uma tradição de excelentes goleiros. Alem de boa colocação, coragem e reflexo ele demonstra que é o melhor batedor de pênaltis do time. O meio campo dá para o gasto, principalmente com o que a gente tem visto por aí. Beto, apesar da idade, sabe jogar. Só precisa querer jogar o que sabe. JEAN, é aquele tipo de jogador que só atua bem, só se sente bem, com a camisa do Vasco. Tipo Alex Dias, Juninho Paulista e outros que vestiram nossa camisa. Edmundo é o Edmundo. Falar o que dele? Morais, voltando ao meio campo, vem se firmando bem. Wagner Diniz está queimando minha língua. Sinceramente, não gostava dele. Hoje talvez seja o jogador mais útil do nosso time…Não está devendo nada aos que freqüentam as laterais da seleção brasileira. Na lateral esquerda ainda não acertamos. Peço tempo para esse Edu. Gosto muito de jogador feito em casa. Por isso mesmo estou deixando para falar agora do Alex Teixeira e Alan Kardec. O primeiro, oriundo das divisões inferiores, tem revelado ser um diamante ainda bruto. Sabe jogar. Tem noção. Visão de jogo. Precisa de mais tempo. Ou, até mesmo, de melhor colocação em campo. É garoto. Merece a paciência da torcida. Paciência, não endeusamento precoce. Acho que vai dar caldo. Um excelente “reforço” made in Vasco. Igual a ele não se encontra facilmente por aí. Alan Kardec, com seus altos e baixos. Literalmente mais altos, quando se trata de usar a cabeça. É preciso acabar com esse novo preconceito contra jogador que sabe cabecear melhor do que usar os pés. A história do futebol está cheia de exemplos. Heleno de Freitas, Baltazar cabecinha de ouro e, no nosso Vasco, o Jardel. Gol de cabeça vale tanto como gol com o pé. E,. às vezes, é até mais bonito. Quem não se lembra daquele golaço que o Mauro Galvão fez com a cabeça, de costas para o gol adversário? O nosso Roberto Dinamite, ele mesmo, quando começou, tinha alguma dificuldade com os pés. E acabou sendo o maior cobrador de faltas do Vasco e um dos maiores do país. Vamos dar força ao garoto. Deixei por último a zaga. Não sei como vai se comportar este Eduardo. Mas, a zaga, é ainda o nosso ponto fraco. O Vasco precisa de um comando lá atrás. Um novo Mauro Galvão que gritava pro Odvan – “vai, que eu seguro aqui. Avança. Vai pro ataque que eu garanto aqui atrás.” O GRANDE ZAGUEIRO canta o jogo. Ele e o goleiro inspiram confiança ao resto do time. Sabem como a defesa deve se posicionar. Enfim – embora esses adversários do interior sejam muito fracos, nosso time vem dando para o gasto. Sem ser, ainda, aquele time que o torcedor merece. Aquele time que honra as tradições do Vasco. Com um pouco mais de garra e muita, mas muita vontade mesmo de vencer, a gente pode chegar lá.

ameno@globo.com
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