Carlos Alberto confessou a irregularidade nos documentos e disse que seu empresário, na época de juvenil, foi quem lhe fez a proposta.
Casos como esse são muito comuns Brasil a fora, principalmente nas divisões de base dos clubes pequenos, uma vez que ao chegar diretamente a um clube grande seria muito arriscado devido ao grande controle e investigação junto aos cartórios e maternidades.
Eu conversei com o jovem goleiro Guilherme, que já jogou futebol de salão no Clube Central, AABB, Canto do Rio F.C. e no mirim do Fluminense, além de passagens pelo futebol de campo no infantil e juvenil do América, onde ficou de 2003 até 2006 e foi campeão da "Rio de Janeiro Cup" e da "Copa Coréia/Japão", que contou com a participação de todos os grandes clubes do Rio de Janeiro.
Com apenas dezoito anos, Guilherme está a procura de um lugar ao sol no concorrido mundo da bola e falou sobre a questão dos "gatos" no futebol. Ele conta que a prática é comum nas categorias de base e que diversas vezes já foi abordado por empresários para adulterar os documentos, diz até que já pensou sobre o assunto e chegou a aceitar a oferta, mas ao conversar com seu pai percebeu que os riscos eram muito grandes e não valia a pena.
"_No ano passado um empresário ofereceu de me levar prá Indonésia, o clube dava alojamento alimetação e transporte, mas as duas condições para o fechamento do negócio era ele receber 50% de tudo que eu ganhasse e eu ter que adulterar dois anos de minha idade" conta Guiherme.
Segundo ele vários meninos aceitam a proposta e embarcam no "gato": _" Muitos meninos da Bahia, lá do Nordeste já chegam aqui com a idade adulterada. Eu mesmo conheço um menino de Niterói que vai pro Inter que nasceu em 87 e vai como 92. No começo o garoto se destaca muito, mas depois nivela quando vira profissional."
O jovem goleiro diz que ainda não perdeu as esperanças e continua em busca de um espaço de forma honesta e vencendo pelo talento.Boa sorte, Guilherme!