Páginas

sexta-feira, 17 de abril de 2009

O botafoguense


Por Rafael Garça
Tô emendando dois posts seguidos porque essa semana foi muito corrida.

____________________________
Tem uma música do João Nogueira que diz: "Tudo é passageiro / Mas na vida nada passa / Nem a falta de dinheiro / Nem saudade de solteiro / Nem lembrança de desgraça."
Os botafoguenses que me desculpem, mas esta útlima parte mostra o passado recente que parece assolar cada frase, cada diálogo do torcedor alvinegro.
Conheço uma 'multidão' de botafoguenses, uns dez ou doze, talvez. Digo muitos tomando como base os cálculos do Nelson Rodrigues que estima em dezesseis o número de torcedores alvinegros existentes no planeta. E não fiquem bravos, pois não se trata de deboche, aliás, é uma crônica muito bonita (já postada na íntegra aqui no Blog) que fala sobre os verdadeiros botafoguenses: o típico alvinegro: aquele sujeito supersticioso, conhecedor do glorioso passado do time de General Severiano e faz disso a justificativa para tudo: somos grandes e pronto, dizem eles.

Voltando ao assunto... os recentes insucessos, se é que posso chamar assim, parecem um fantasma assombrando os torcedores. Eita sujeito pessimista! Vejamos: o Botafogo tem, na opinião da crítica, o time mais bem arrumadinho do campeonato, tem um treinador pé quente (de fato!), salários em dia, apoio da imprensa (o que é raro) e precisam apenas de uma partida para faturar o caneco, enfim, tudo conspira a favor mas, ainda assim, eles (torcedores) não 'esquentam o clima'.

Enquanto escrevia estas linhas li uma matéria (globoesporte.com) que listava as razões apresentadas pelos botafoguenses para não ir ao jogo:
* Estádio lotado;
* Receio de enfrentar o Flamengo;
* Brigas de torcidas;
* Azar do Botafogo.

Ora, qual final não teria estádio lotado?? A torcida do Botafogo é, definitivamente, diferente de qualquer outra. E para falar a verdade eu, se botafoguense fosse, preferiria que domingo estivessem no Maraca os torcedores de sempre, e não aqueles que só vão em final. Se não for assim não é Botafogo. Lembro-me da final da Copa do Brasil, em 1999, com um Maracanã entupido de alvinegros. Não deu certo... nem daria.

* Escrevi este texto antes da eliminação precoce pro Americano na Copa do Brasil. Será que a derrota vai abalar time e torcida?

Tem coisas que só acontecem com o Botafogo.
____________________________________
"... Há, porém, um torcedor, entre tantos, entre todos, que não se parece com ninguém e que apresenta uma forte, crespa e irresistível personalidade. Ponham uma barba postiça num torcedor do Botafogo, dêem-lhe óculos escuros, raspem-lhe as impressões digitais e, ainda assim, ele será inconfundível. Por quê?
Pelo seguinte: – há, no alvinegro, a emanação específica de um pessimismo imortal. Pergunto eu: – por que vamos ao campo de futebol? Porque esperamos a vitória. Esse otimismo é o impulso interior que nos leva a comprar ingresso e vibrar os noventa minutos. E, no campo, o otimismo continua a crepitar furiosamente. Não importa que o nosso time esteja perdendo de 15 a 0. Até o penúltimo segundo, nós ainda esperamos a virada, ainda esperamos a reação. Pois bem: – o torcedor do Botafogo é o único que, em vez de esperar a vitória, espera precisamente a derrota. ..."
Nelson Rodrigues

Já ia me esquecendo de meter o pau na Lei Seca...

Por Rafael Garça
Semana passada estava decidido a assitir o Fla-Flu em casa mas domingo, logo pela manhã, um amigo me ligou, botou uma pilha e me convenceu, sem nenhuma dificuldade, a ir pro Maracanã. Por volta de meio dia ele passou na minha casa e partimos pro estádio. Nas ruas o clima era de decisão, torcedores desfilavam orgulhosos com as camisa do time do coração.

No caminho pro Maraca tudo tranquilo; bandeira do Mengo na janela do carro ao cruzar a ponte e o hino nas alturas! Primeira coisa a se fazer quando chega no estádio? Entrar no clima, certo? Sentamos no boteco de sempre (alô, Sarney!!), pedimos uma 'cerva' e começamos a resenha. O interessante é que quando você se dá conta o bar todo já entrou no assunto que acaba virando um grande bate papo e, entre um gole e outro, se há uma opinião polêmica vinda da mesa ao lado o sujeito que está lá no fundo do bar grita, ainda com a boca cheia de cebola: "Tá tudo errado!!" e emenda sua teoria a respeito do quer que seja. Fala-se sobre tudo: o futebol e todos seus pormenores, política, segurança pública, medicina, enfim... tudo! No bar somos especialistas em qualquer assunto, e dos bons!


O tempo passa e o bar vai enchendo... - "Pai, pede uma porção de batata frita!" - grita o menino da mesa ao lado, - "Sarney, solta uma aí!" - , emenda um senhor que acabara de entrar.


___________________________________


É isso, galera! Por hoje é só... até a próxima.




___________________________________


Pois é, foi mais ou menos isso que aconteceu. De repente o dono do bar começou a fechar as pesadas portas de ferro e distribuir as contas com a mesma pressa que de quem sai das Barcas (ainda vou descobrir porque as pessoas correm quando saem das barcas), enquanto isso policiais militares e guardas municipais andavam de um lado pro outro do lado de fora, aos gritos: "Vamos! Fechando e circulando!! Fecha aí!! Circulando!


Todos que ali estavam foram pegos de surpresa. Não teve conversa. Todos os barres num raio de duzentos metros do estádio* tinham que ser fechados ou interromperem a venda de bebidas alcoólicas duas horas antes e duas horas depois do jogo.

* Para quem não sabe, o prefeito Eduardo Paes assim determinou logo ao assumir a Prefeitura do Rio, dizendo ser uma das SOLUÇÕES para a violência em jogos de futebol.

Andamos dois quarteirões onde, teoricamente, já podia beber (não tinha ninguém medindo) e os bares estavam entupidos de gente. Vai entender... duzentos metros fazem tanta diferença?


Ora bolas, que lei besta! Vocês acham mesmo que são essas pessoas as responsáveis pela violência nos estádios? Todos que acompanham futebol ou já foram a um estádio de futebol sabem que quem está mal intencionado já vem bebado ou drogado de onde quer que seja. As torcidas organizadas já estão nas ruas, nos seus bairros, promovendo pancadaria desde cedo, muitas e muitas horas antes do jogo começar. As brigas entre torcidas são marcadas pela internet uma semana antes dos clássicos (isso dito pela própria polícia). Para os marginais pouco importa se vão ou não vender cerveja no entorno do Maracanã. Uma briga motivada pelo consumo de bebida misturada com a paixão pelo futebol pode acontecer a duzentos metros do estádio como pode acontecer a três mil quilometros dali, num botequim na Paraíba ou em qualquer parte do Brasil.


Antes do "boom' da violência nos estádios CAUSADAS PELAS ORGANIZADAS se vendia bebida DENTRO do Maracanã (tinha BAR lá dentro) e ninguém se matava por causa disso.

É preciso repensar essa medida e ver se não existem outros fatores que contribuem mais para a violência. Lembrando que o que escrevo aqui em nada tem a ver com a Lei Seca pros motoristas, aliás, esta sim uma bela medida que está contribuindo muito para a diminuição dos acidentes envolvendo vítimas fatais.


Para finalizar: eu perguntei à um PM que estava de serviço no dia do jogo - " E aí, amigo! Essa lei seca tá adiantando?" - Ele me respondeu EXATAMENTE assim - "Tsc, lei seca é o car**lho, marginal não tá nem aí pra isso"



Pensamento do dia: "Nunca fiz amigos bebendo leite."



terça-feira, 14 de abril de 2009

Mais do mesmo...

Quem acompanha o Blog está cansado de saber o que eu penso a respeito do Fernando Henrique. Digo e repito: este rapaz não é goleiro de time grande (nem de pequeno).
O que será que acontece nas Laranjeiras?? Vou chamar o Conde Fidalgo...
Google