sexta-feira, 10 de agosto de 2007
Papo com Aureo Ameno
Se não bastasse isso tudo, Aureo Ameno é um dos mais irreverentes comentaristas esportivos, e é conhecido pela grande paixão que tem pelo Vasco da Gama.
Confira a entrevista!
Como você classifica a atual fase (anos 2000) do Vasco?
Eu vejo o vasco em crise. Isso porque, desde 1945, tenho visto o meu time disputar e ganhar títulos importantes. Um Vasco grande dentro e fora do campo. Muitas vezes, base de seleções brasileiras. Há quanto tempo a gente NÃO DISPUTA um título importante? Não estou nem falando em GANHAR que ja foi rotina na história do clube. Mas, pelo menos, disputar. Até o ano 2000, os nossos times honraram a História do Vasco. De lá pra cá, não.
Pra você, quais são os três maiores ídolos (jogadores) da história do Vasco?
Ademir Menezes, Roberto Dinamite e Edmundo.
Qual a sua opinião sobre a gestão (ou as gestões) do Sr. Eurico Miranda?
Quando cuidava apenas do futebol o Eurico foi útil ao Vasco. Ganhamos muitos títulos. Mas, na presidência, não corresplodne à expectativa. Criou muitas áreas de atrito e quem paga por isso é o Vasco. Não há patrocínio, jogadores não chegam a se fixar no clube, os times não estão à altura da nossa tradição. Acho que já está na hora de surgir novos dirigentes.
Você concorda que o técnico não deva participar da escolha de reforços, e que esta responsabilidade seja apenas da diretoria?
Claro que o técnico tem de participar das contratações. A não ser quese trate de um fora de série: Ronaldinho Gaucho, Messi, por aí. Mas para armar um bom time o téncico tem que opinar. Mesmo porque entendo o técnico como autor de um projeto. E um projeto não dura apenas um ou dois anos.
Qual a sua seleção de todos os tempos do Vasco?
Minha seleção do Vasco de todos os tempos, claro, sem obedecer a qualquer formação tática. Os melhores jogadores a começar pelo goleiro, zagueiros, meio campo e atacantes, além de laterais. La vai: Barbosa, Augusto, Mauro Galvão, Mazinho, Danilo, Juninho Pernambucano, Ipojucan, Edmundo, Dinamite,Romário e Ademir. E sai da frente porque não tem pra mais ninguém...
Defina com uma palavra para cada um Romário e Edmundo.
Romário: GÊNIO - Edmundo: VASCOOOOO
Fale um pouco sobre a criação do bairro Vasco da Gama.
Algumas pessoas em São Cristóvão me acusaram de desfiguar o bairro quando criei, por lei, o bairro Vasco da Gama. Procurei mostrar que dentro de Copacabana existe o Bairro Peixoto, o Leme, que não descaracterizam nada. Jacarepaguá e Ilha, por exemplo, são bairros repletos de outros bairros. E mais, 0 Vasco passou a ser a grande referência de São Cristóvao. Essas pessoas me pressionaram, me procuraram na Câmara. Cheguei a brigar com algumas delas que dizam que o Vasco não representava nada para o bairro. Isso me deu mais força para criar o bairro. Uma homenagem ao nosso Vasco, um monumento que pode dar o seu nome ao bairro em que se encontra. Foi uma das melhores coisas que fizna Câmara Municipal. Como também o nome de Dulce Rosalina que dei a uma rua paral ela ao estádio do Vasco (antiga rua da Caixa Dágua) em homenagem à grande dama das arquibancadas.
Conte pro pessoal do Blog alguma história curiosa que envolva o sr. e o Vasco da Gama.
Eu destaco dois fatos importantes que meus olhos viram com relação aoVasco. O gol do Edmundo na preliminar de um jogo com o Botafogo. Fo ia a estreia dele na equipe de juniores. Pegou a bola na defesa do Vasco e saiu driblando o time do Botafog inteiro, entrou no gol com bola e tudo. Pena que era premilinare por isso não foi filmado, quem viu os famosos gols do Maradona e do Messi pode acreditar: nem de perto se paecem coma obra prima do Animal. E o gol mais importante doVasco foi o do Cocacada, na decisão do campeoanto de 1988. Entrou no finalzinho, fez o gol da vitoria, tirou a camisa e foi expulso. O inesquecível...No dia seguinte enviei dezenas de cocadas a torcedores do urubu...Alias, só eu não. Esgotaram-se os estoques de cocadas nas padarias do Rio...
quarta-feira, 8 de agosto de 2007
Papo com Rafael Marques
Na verdade, eu não tive grandes decepções na carreira, aquelas capazes de nos fazer pensar em desistir da profissão, por exemplo. Eu tive, talvez, decepções como torcedor. Uma delas foi no Mundial de Clubes em 2000. Eu trabalhava na Rádio Brasil e fui escalado para cobrir a decisão Vasco x Corinthians nas arquibancadas, entrevistando torcedores. Ter sido testemunha ocular daquele pênalti que o Edmundo perdeu foi muito frustrante. E a primeira grande emoção também foi no ano 2000. Eu fiz a cobertura dos 50 anos do Maracanã, e o Pelé chegou ao estádio de helicóptero na hora que o "Momento Esportivo", da Rádio Brasil, estava no ar. Ao vivo, descrevi todos os passos do Pelé, cercado de uma multidão de seguranças, e no final consegui coloca-lo ao vivo no programa e registrar as poucas palavras que ele deu após ter cortado o bolo do aniversário do estádio. Nenhuma outra rádio colheu esse depoimento, todos os repórteres foram desistindo mediante as dificuldades. Mas eu persisti e fui recompensado. Jornalismo é isso
É, realmente, muito "complicado" cobrir o Vasco da Gama? Relembre algum fato interessante...
Não tem nada de complicado, o que existe de fato é uma série de restrições com as quais o profissional tem que saber conviver. Eu costumo dizer que o Vasco é um clube que exige criatividade do repórter que o cobre. Você corre o risco de chegar no treino e ninguém dar entrevista. Daí a necessidade de desenvolver pautas alternativas, preparar matérias personalizadas que independam da demanda do clube. Como nas três semanas da lei da mordaça, em 2005. Entrevistei o patrocinador do Vasco sobre a falta de exposição da marca na mídia, ouvi ex-jogadores revoltados com o momento do time, torcedores ilustres, parentes de jogadores, esportistas de outros clubes e modalidades, sempre com a preocupação de elaborar um material alternativo.
Você acha que o Eurico Miranda acredita em todas as polêmicas que ele provoca, ou às vezez é pura provocação mesmo?
Não, não acho, penso que ele próprio sabe quando passa dos limites racionais. Muitas vezes ele provoca para vender o jogo, principalmente em semana de clássico, mas ultimamente ele anda mais light em relação à esse comportamento também.
Quem é o seu grande ídolo na profissão?
Como ouvinte, eu tive vários ídolos, profissionais que contribuíram para o amadurecimento do meu desejo de ser repórter esportivo. Mas é difícil, pelo menos pra mim, citar nominalmente, até porque não houve um grande nome de referência. Agora, profissionalmente, quatro pessoas foram e são determinantes na minha escalada: Felippe Cardoso, Eraldo Leite, Wagner Menezes e Francisco Aiello. Além de mestres, foram meus padrinhos de casamento e contribuíram, cada um com o seu percentual específico, para o meu crescimento profissional.
Quem é o seu grande ídolo na profissão?
Como ouvinte, eu tive vários ídolos, profissionais que contribuíram para o amadurecimento do meu desejo de ser repórter esportivo. Mas é difícil, pelo menos pra mim, citar nominalmente, até porque não houve um grande nome de referência. Agora, profissionalmente, quatro pessoas foram e são determinantes na minha escalada: Felippe Cardoso, Eraldo Leite, Wagner Menezes e Francisco Aiello. Além de mestres, foram meus padrinhos de casamento e contribuíram, cada um com o seu percentual específico, para o meu crescimento profissional.
Como vocês conseguem compensar a falta de imagem no rádio, transmitindo a mesma, ou até maior, emoção nas transmissões esportivas?
Isso é uma das tarefas mais simples, mesmo porque nós temos o rádio "na veia", fomos ouvintes qualificados, recebemos o bom rádio e assumimos a tarefa de propaga-lo. Digamos que é um dom natural, que se lapida e amadurece com a prática bem repetida.\u003c/div\>",1]
Às vezes, o imediatismo do rádio atrapalha?
Não, muito pelo contrário. O profissional só não pode confundir imediatismo com afobação. É imprudente jogar uma notícia no ar sem a devida checagem, a apuração minuciosa daquela informação. A partir do momento em que você atestadamente sabe o que vai dizer, essa característica radiofônica só é salutar, até no sentido de qualificar o improviso, o "jogo de cintura", a agilidade, elementos de suma importância para a fluência da carreira do repórter.
Você já cometeu alguma gafe engraçada na Rádio? Conta pra gente...
Já, algumas, sendo que a mais engraçada ocorreu no carnaval de 2004. Eu cobri, na terça-feira, meio de ressaca, os blocos carnavalescos da zona sul do Rio de Janeiro desde as 14 horas. No último flash, perto de 20h50, na CBN em Rede Nacional, me pediram para fazer um resumo de tudo que eu havia acompanhado. Cansado e desconcentrado, entrei no ar e comecei a falar. Num dado momento, ao listar os carnavalescos ilustres que fizeram parte da festa, inclui o nome do Cartola. Só que ele já morreu há algum tempo... até hoje não sei de onde tirei que ele estava no tal bloco.