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segunda-feira, 24 de março de 2008

Um time que pode chegar lá (por Áureo Ameno)

Vou tentar fazer uma radiografia do atual time do Vasco. Com minha experiência de muitos e muitos anos de futebol. O goleiro, até aqui, tem demonstrado que é dos bons. Aliás, o Vasco sempre teve uma tradição de excelentes goleiros. Alem de boa colocação, coragem e reflexo ele demonstra que é o melhor batedor de pênaltis do time. O meio campo dá para o gasto, principalmente com o que a gente tem visto por aí. Beto, apesar da idade, sabe jogar. Só precisa querer jogar o que sabe. JEAN, é aquele tipo de jogador que só atua bem, só se sente bem, com a camisa do Vasco. Tipo Alex Dias, Juninho Paulista e outros que vestiram nossa camisa. Edmundo é o Edmundo. Falar o que dele? Morais, voltando ao meio campo, vem se firmando bem. Wagner Diniz está queimando minha língua. Sinceramente, não gostava dele. Hoje talvez seja o jogador mais útil do nosso time…Não está devendo nada aos que freqüentam as laterais da seleção brasileira. Na lateral esquerda ainda não acertamos. Peço tempo para esse Edu. Gosto muito de jogador feito em casa. Por isso mesmo estou deixando para falar agora do Alex Teixeira e Alan Kardec. O primeiro, oriundo das divisões inferiores, tem revelado ser um diamante ainda bruto. Sabe jogar. Tem noção. Visão de jogo. Precisa de mais tempo. Ou, até mesmo, de melhor colocação em campo. É garoto. Merece a paciência da torcida. Paciência, não endeusamento precoce. Acho que vai dar caldo. Um excelente “reforço” made in Vasco. Igual a ele não se encontra facilmente por aí. Alan Kardec, com seus altos e baixos. Literalmente mais altos, quando se trata de usar a cabeça. É preciso acabar com esse novo preconceito contra jogador que sabe cabecear melhor do que usar os pés. A história do futebol está cheia de exemplos. Heleno de Freitas, Baltazar cabecinha de ouro e, no nosso Vasco, o Jardel. Gol de cabeça vale tanto como gol com o pé. E,. às vezes, é até mais bonito. Quem não se lembra daquele golaço que o Mauro Galvão fez com a cabeça, de costas para o gol adversário? O nosso Roberto Dinamite, ele mesmo, quando começou, tinha alguma dificuldade com os pés. E acabou sendo o maior cobrador de faltas do Vasco e um dos maiores do país. Vamos dar força ao garoto. Deixei por último a zaga. Não sei como vai se comportar este Eduardo. Mas, a zaga, é ainda o nosso ponto fraco. O Vasco precisa de um comando lá atrás. Um novo Mauro Galvão que gritava pro Odvan – “vai, que eu seguro aqui. Avança. Vai pro ataque que eu garanto aqui atrás.” O GRANDE ZAGUEIRO canta o jogo. Ele e o goleiro inspiram confiança ao resto do time. Sabem como a defesa deve se posicionar. Enfim – embora esses adversários do interior sejam muito fracos, nosso time vem dando para o gasto. Sem ser, ainda, aquele time que o torcedor merece. Aquele time que honra as tradições do Vasco. Com um pouco mais de garra e muita, mas muita vontade mesmo de vencer, a gente pode chegar lá.

ameno@globo.com

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