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sexta-feira, 17 de agosto de 2007

OS 300 DA GÁVEA

Nunca expulse dois flamenguistas num jogo só. É muito pior para o adversário. Aconteceu no Fla-Flu, e já tinha acontecido com o Corinthians. Quando os dois vermelhos foram erguidos, a torcida tricolor vibrou e comemorou. Ilusão. Era melhor ter jogado de igual para igual. Não só porque são raros os times brasileiros que aproveitam vantagem numérica, nem treinam isso em coletivos, mas principalmente por causa do Flamengo. A inferioridade em campo cavucou a própria história e mística do clube. Como se os jogadores falassem por dentro: “Agora é melhor! Agora vai ser com raça!”. Redatores dos jornais já preparavam as manchetes gastas: VITÓRIA COM A CARA DO FLAMENGO. No Maracanã, o resultado épico já se desenhava. O Fluminense em nenhum momento demonstrou inteligência para destroçar os 300 de Esparta. Atuou como se atua contra 11 jogadores. E talvez não tenha sido incompetência do time das Laranjeiras. E sim mérito dos tresloucados rubro-negros, que começaram a se jogar em cima da bola, nos adversários, para catimbar, para suar, para justificar o amor daquela torcida também delirante, que cantava sem parar incentivando seus queridos guerreiros. Renato Gaúcho devia ter mandado dois jogadores seus provocarem a própria expulsão. Contra o Flamengo, de igual para igual é sempre melhor. Para não despertar a fera. E a história do clube mais popular do país.



Texto retirado do Garamblog (Sidney Garambone)

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Papo com Apolinho

Pra encerrar essa série de entrevistas com grandes comunicadores esportivos entrevistei Washington Rodrigues, o popular APOLINHO. Ele deu inicio a sua brilhante jornada como comentarista esportivo em 1962, passou pelas radios: Guanabara, Nacional, Continental, Tupi e Globo, onde se consagrou como um dos comentaristas esportivos mais importantes do Brasil. Washington Rodrigues também trabalhou nas TVs: Excelsior, Educativa, TV Rio, Tupi e Globo, onde participou como jurado do programa do Chacrinha e trabalhou também na produção do programa.Na extinta TV Manchete, Apolinho participou do programa Manchete Esportiva.E ainda escreveu para os jornais: Luta Democrática, Última Hora, Diário de Notícias, Jornal dos Sportes e Extra, onde manteve a coluna esportiva Geraldino e Arquibaldos.Em 1995 foi convidado, graças ao seu prestigio como comentarista esportivo, para ser técnico do Flamengo.Atualmente, comanda de segunda a sexta o "Show do Apolinho", na Radio Tupi de 17h às 19h.


Confira a entrevista!


Como foi seu começo no rádio?

Comecei na Radio Bandeirantes AM - hoje Band - em 1962 - fazendo um programa e reportagens de quadra sobre Futebol de Salão. Em 1964 passei para o futebol como repórter de campo.

Qual a importância do rádio para a popularização do futebol?

O Rádio foi fundamental para a popularização do futebol e especialmente para divulgação dos clubes do Rio atraves da potentes ondas das Rádios Nacional e Tupi que na época cobriam o Brasil.

Você é conhecido, também, por criar expressões e utilizá-las em suas transmissões, como geraldinos e arquibaldos, por exemplo. Conta pra gente mais algumas e quais você mais gosta?
Gosto mais de Geraldinos e Arquibaldos - criei mais de 100 termos ou expressões – tipo murilos ( os que pulam o muro) Seu Malaquias - O homem da mala - pau com formiga (jogo difícil) - granada sem pino ( jogador indisciplinado) - é mole ou quer mais - briga de cachorro grande ( jogo de grandes) e por aí.

Qual o motivo do apelido: Apolinho?

Em 1969 - fui para a Rádio Globo que comprou um equipamento sem fio para entrevistas que tinha sido usado na missão Apolo - deram o nome ao microfone de Apolinho - como eu usava o microfone o apelido pegou.

Quem foi o seu maior icentivador na profissão?

Diversas pessoas me incentivaram - José Dias ( então chefe de esportes da Rádio Bandeirantes) foi o principal.


Como surgiu o convite para ser técnico do Flamengo, em 1995?

Depois da perda do campeonato no Fla-Flu - Wanderlei Luxemburgo saiu e o clube contratou o Edinho. As coisas se complicaram e Edinho saiu logo depois. Kleber Leite e Michel Assef fizeram o convite e assumi com o compromisso de montar o time para a Supercopa dos Campeões da Libertadores.

Como foi o desafio de comandar o time de maior torcida do mundo, sem ter nenhuma experiência anterior na função?

Foi uma experiência fantástica. Aprendi mais naquele período do que em toda a carreira de repórter e comentarista.

Conta pra gente uma passagem interessante deste tempo no Flamengo.

A estréia contra o Velez Sarsfield que vinha de se sagrar campeão do mundo e era dirigido pelo Carlos Bianchi - jogamos na Argentina. Perdiamos por 2 x 1 até os 41 do segundo tempo quando viramos para 3 x 2. Entrei no vestiário voando por cima dos jogadores.

Após o período como técnico, você ocupou o cargo de Diretor técnico. Como foi essa experiência?

Foi mais light - menos pressão e igualmente enriquecedora.


Você aceitaria, novamente, dirigir um clube de futebol?

Algum clube, nunca. O Flamengo, sempre.


O que pensa sobre o fututo dos clubes do Rio? O desmando da FERJ tem a ver com a decadência do futebol carioca?

O futuro dos clubes do Rio será tão difícil como os dos demais clubes do país. Não vejo desmandos na Federação. O presidente de uma federação é como um sindico. Só faz a vontade dos clubes. Culpar um presidente, seja quem for, por eventuais insucessos é mais aintigo do que andar pra frente. Todos os que acompanhe nos meus 46 anos de carreira sofreram as mesmas críticas.

Hoje em dia tem muita FM com cara de AM, ou seja, com programas de entrevistas e transmissão de futebol, por exemplo. O que pensa sobre isso?
O Am está obsoleto. Foi corroído pelo tempo. O espaço está cada vez mais ocupado interferindo diretamente nas transmissões. A salvação virá com o Rádio Digital que deve chegar para nós em 2008/09. Defendo uma programação AM melhor qualificada exibida em FM. A Rádio Tupi tem um projeto de lançar a Tupi FM reproduzindo a sua programação de AM - falta o canal.

Você já cometeu alguma gafe engraçada no rádio? Conta pra gente...
Várias, mas não conto derrotas.




Grande Apolinho!

Com esta frase encerro o post:

"Algum clube, nunca. O Flamengo, sempre."

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