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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Rapidinhas!

Tenho a impressão que teremos grandes jogos nas semi finais do Campeonato Carioca.
Não vou ficar em cima do muro e, como sempre, arrisco meu palpite:


Flu x Bota: Se o Renato for de 3 atacantes (o que eu duvido), Ygor no meio (presença certa) e Ney na lateral (improvável no momento) o Botafogo atropela!

Se o Renato adotar a cautela e o 4-4-2 imagino um bem equilibrado, mas ainda assim aposto no alvinegro.


Fla x Vas: Flamengo favorito! Aí é que tá... não gosto quando o Flamengo entra como favorito. O fla tem que entrar por baixo, quase humilhado. Assim seria se fosse um FlaxFlu. Gosto de ver o rubro negro quando entra pra juntar os cacos. Aí sim! Sai de baixo.

Jogo duro e amarrado, deve ser decidido nos penaltis, e ai não tem favorito!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

O ANO QUE VAI COMEÇAR - CONDE FIDALGO


Nobres tricolores

Espero que todos tenham tido uma ótima passagem de ano e um belo carnaval; o início atípico de 2008, onde o festejo momesco ficou praticamente “colado” no reveillon e ainda mais inserido nas férias escolares, serviu para ilustrar ainda mais aquela frase clássica que todo brasileiro ouve nessa época – “o ano só começa depois do carnaval”.

Isso, de certa maneira, até se aplicou ao Campeonato Carioca: apesar da primeira rodada ter acontecido no dia 19 de janeiro, o que vimos até um pouco depois do carnaval foi, na maior parte do tempo, um festival de goleadas e vitórias facílimas dos times grandes, exceto em alguns jogos, onde, em nenhum momento, foram ameaçados de perder a classificação. O regulamento paternalista (para não dizer outra coisa), que fez os pequenos disputarem as partidas contra os grandes somente nos 3 estádios principais, perdendo o seu principal apoio nos “alçapões” da vida, colocou frente a frente nas semifinais justamente aquilo que todos esperavam: os quatro grandes do Rio.

A Campanha até o momento

Em relação à campanha do nosso Fluminense, não podemos dizer que ela foi excelente, mas serviu para classificar o time com folga, consolidando-se como única equipe invicta no Estadual: depois de uma estréia sem percalços no 2 x 0 contra o Cardoso Moreira, fizemos um jogo dramático contra o Duque de Caxias, tomando até gol de Viola, mas virando um jogo na base da raça, conseguindo um 3 x 2 que serviu para a imprensa sensacionalista deitar e rolar com o “poder de reação da máquina”; depois disso, segundo a mesma imprensa, a “máquina” rateou, empatando com o Macaé por 2 x 2, num jogo que teve como único fato positivo um gol antológico do nosso melhor jogador em 2008, Thiago Neves; quando o “trio de ouro” já começava a ser difamado pelos mesmos repórteres que na semana passada falavam da reação tricolor, veio um Volta Redonda perfeito para pagar o pato, levando de 5 x 1 com direito a 3 golaços, como o de falta do Washington, o da arrancada do Leandro Amaral e aquele chute “seco”, característico do Dodô. Pronto: o Fluminense voltava a ser a sensação, veio a sexta-feira véspera de carnaval e o time, já em ritmo de monobloco, carmelitas e suvacos de cristo, resolve empatar em pleno Maracanã com o Boavista, talvez na pior atuação da equipe nesse campeonato, com a direito a falha definitiva do Diego, que trouxe de volta Fernando Henrique ao gol tricolor.

Ameaça de crise nas Laranjeiras? Que nada...o Ameriquinha, que já vinha com um histórico de 5 derrotas no campeonato, foi a presa ideal para Renato Gaúcho e os “três tenores”: um 6 x 1 (maior goleada do Estadual) com direito a 2 gols e uma ótima atuação de Leandro Amaral (a melhor dele até agora com a camisa tricolor) – nessa partida, Conca começou jogando, devido a ida de Thiago Neves para a Seleção Brasileira.

Quando somente um vendaval poderia causar a eliminação tricolor e todos previam um jogo morno no Fla x Flu, eis que, no duelo das equipes-reserva, o Flu aplica uma goleada de 4 x 1 no arqui-rival rubro negro, com uma atuação de gala de um dos dois titulares que estava em campo com a nossa camisa; o que Thiago Neves fez no Maracanã no último domingo, independente da escalação dos dois times, pode ser qualificado como inesquecível – mesmo quando ainda não tinha feito os 3 gols, já havia aplicado uma série de dribles nos jogadores do Flamengo e feito algumas boas jogadas; o último jogador do Flu que tinha feito 3 gols no Flamengo, na mesma partida, fora Ézio, em 1994, também num 4 x 2 eletrizante no Maraca.

Com 17 pontos em 7 jogos, o Flu se classificou em segundo, mas com uma campanha superior ao Botafogo, nosso adversário no próximo sábado, que fez 16 pontos no seu grupo.

O Esquema

Renato Gaúcho pode ser fanfarrão, marrento, coisa e tal, mas nunca pode ser acusado de duas coisas: de não ter personalidade e acreditar no seu trabalho, o que faz com que o grupo jogue junto com ele quase o tempo inteiro; mesmo sob pesadas críticas, de dentro e de fora do clube, ele cumpriu o que prometeu, fazendo os três atacantes jogarem juntos o máximo possível, visando dar ritmo de jogo e testando uma formação ultra-ofensiva (com Thiago Neves, Conca nos 2 últimos jogos, às vezes com Cícero entrando mais a frente, às vezes com Cícero atuando mais recuado), que poderá ser útil em algumas partidas no ano. Renato não é bobo, deixando sempre o recado: “não esmoreça, senão você vai pro banco”. Apesar dos dois empates contra os pequenos, o time não perdeu por causa do esquema, e sim por falhas individuais de alguns jogadores e preguiça de outros.

Ora, sabemos também que Renato não é louco; já contra o Botafogo, dificilmente ele colocará os três juntos, pois, com mais a presença de Thiago Neves, o time ficaria muito aberto e seria presa fácil para uma equipe mais qualificada. Num clássico, ainda mais se for decisivo, sair perdendo por 2 ou 3 gols não é tão fácil de se reverter, como foi contra o Duque de Caxias.

Acredito que o esquema do Flu para os jogos mais perigosos será o 4-4-2, com dois volantes de marcação (Igor e Mauricio ou Arouca) e dois meias avançados (Cícero e Thiago, com o primeiro fechando mais o meio); na frente, dificilmente Renato inicialmente apostará em Dodô (visivelmente hoje o menos em forma dos três), indo de Leandro Amaral e Washington. E aí, dependendo do andamento do jogo, ele poderá lançar Roger e mudar para o 3-5-2, ou trocar Cícero por Conca, adiantando mais o meio, ou lançando o próprio Dodô, voltando a montar o trio de atacantes. Nessas semanas decisivas, o Renato vai “deitar e rolar” nos treinos das Laranjeiras: vai mudar o time a toda hora, para confundir a imprensa e os treinadores adversários – ou seja, vai estar na crista da onda, como gosta muito.

De qualquer maneira, depois de muitos anos, apesar de ter falhado em algumas contratações, finalmente o Fluminense tem opções de escalação e mudança de esquema, facilitando muito o trabalho do técnico e servindo, principalmente, para manter o jogador “esperto”, se quiser manter a titularidade.

Os Reforços

Depois do festival de especulações de 2007, o Fluminense acabou apresentando somente 6 reforços para 2008, o que julgo como pouco para uma diretoria que sabia, desde maio de 2007, que o time estava na Libertadores. Vieram o lateral Gustavo Nery, o volante Igor, o meia Conca e os atacantes Leandro Amaral, Dodô e Washington.

Vamos falar brevemente de cada um deles e criticar a diretoria principalmente pelo “mole” dado em relação a três jogadores que estiveram com um pé dentro do clube e acabaram fora do nosso plantel.

Gustavo Nery = o Flu tentou de forma totalmente amadora a contratação (que era prioridade) de Léo, que acabou renovando com o Benfica, foi tarde demais na revelação Leonardo da Portuguesa de SP, não fez questão de Jadilson; quando “lembraram” que o titular seria o anão-corredor Junior César, os Srs. Branco e Celso Barros largaram seus copos de whiskey, abriram o jornal, ligaram para alguns empresários, e quem sobrou? Ele mesmo, Gustavo Nery, jogador que tem como fã número 1 o presidente Horcades (não precisa dizer mais nada...), que acha que ele será sempre aquele que jogou muito pelo Corinthians contra o Fluminense...em 2005!

Resumo da história: depois de três atuações constrangedoras, Gustavo Nery foi afastado, fazendo voltar ao time o anão Junior César, que, pelo menos, é um jogador fraco tecnicamente, mas em condições de jogo; na última partida contra o Flamengo, Gustavo voltou, atuando mais como um terceiro zagueiro que como lateral - pouco foi visto em campo.

Preciso dizer mais?

Ygor = este jogador foi uma vitória “pessoal” do técnico Renato Gaúcho sobre o Branco (episódio que deixou rusgas até hoje), que queria a contratação do volante Fabinho (que acabou no Corinthians); Ygor era o cão-de-guarda de Renato no Vasco, e agora repete a função no Fluminense. Suas atuações praticamente não chamaram atenção, mas a torcida não vai esquecer fácil o bizarro drible da vaca que tomou do camaronês Steve no empate de 2 x 2 com o Macaé. Até agora, cumpre burocraticamente sua função, apesar de estar sobrecarregado na marcação, prejudicado pelas fraquíssimas atuações do Arouca (que deveria ajudá-lo no combate, mas prefere correr desordenadamente pelo campo). Ainda tem que provar ao que veio.

Conca = provou que será uma boa opção de elenco, apesar de ainda não ter mostrado que pode ser titular; está com pouco ritmo de jogo, culpa também da diretoria tricolor, que levou quase 1 mês para regularizá-lo – somente teve condições de jogo a partir da partida contra o Boavista (5a rodada). Tem habilidade, participa bastante do jogo e fez algumas boas jogadas contra o Flamengo, mas ainda se ressente de maior entrosamento com a equipe. Bola dentro.

Leandro Amaral = sem dúvida, se trata de um jogador diferenciado, rápido e com muita disposição; dos três atacantes, até agora foi o mais sacrificado, tendo que voltar várias vezes no meio-campo para iniciar a jogada, que não é o seu forte, visto que Dodô e Washington jogam mais centralizados. Mesmo assim, teve algumas boas atuações e uma excelente performance contra o América (independente do nível do adversário), onde correu o campo todo e ainda marcou dois golaços. É a maior esperança da torcida e do técnico Renato Gaúcho, que aposta muito no seu futebol. Sem contar o fato de inflamar a torcida tricolor, que, na hora do grito do nome dos jogadores antes e durante a partida, entoa a plenos pulmões “Chora Eurico imundo, o sonho acabou, Leandro agora, é tricolor!”.

Dodô = não se pode negar que Dodô tem um toque refinado, chuta muito bem e tem faro de gol; mas, às vezes, some completamente do jogo, o torcedor até esquece que ele está em campo; dos três, até agora foi o que menos mostrou serviço, apesar de ter jogado bem contra o Volta Redonda e apresentado uma evolução contra o América. No esquema 4-4-2 que Renato utilizará nos jogos mais decisivos, provavelmente ficará no banco. Trata-se de um jogador para ser utilizado no momento propício e foi uma boa contratação; mas tem que correr mais...

Washington = qual tricolor não se lembra dos gritos de “Washington! Washington!” na década de 80, toda vez que a cara-metade do casal 20 metia mais um gol? Para delírio dos torcedores (de outrora como o Conde e os novos também) e acompanhado de uma música mais moderna (Coração Valente, Guerreiro Tricolor, Washington é matador!), as comemorações estão de volta. Washington caiu como uma luva e mostrou que, mesmo acima dos 30 anos e com o histórico dos problemas que superou (cardíacos e diabetes), se trata de um centroavante muito perigoso, que não perdoa na frente do goleiro. Alto, forte, com presença constante na área, Washington também não é bobo com a bola nos pés. Na opinião do Conde (e parece que na do Renato também) é titular absoluto e nosso artilheiro para as terras baixas do Rio e altas da Libertadores. Bola dentro (do gol adversário).

Agora, revolta bastante o fato de o Fluminense ter dado mole em três contratações que fariam a equipe ficar muito mais forte em 2008: Felipe, Fabinho e Jadson.

Com relação ao primeiro, conforme o Blog do Garça noticiou, estava praticamente certo: iria o amaldiçoado Fernando Henrique para o Corinthians, com mais R$3 milhões, vindo em troca o melhor goleiro do Brasileiro 2007, Felipe. Mas, a lentidão da diretoria tricolor, mais a tentativa de “ganhar mais um desconto” no pagamento à vista, fez o Corinthians aumentar a proposta e manter seu goleiro – quem tem visto as primeiras rodadas do Paulistão, tem visto as defesas que esse rapaz vem fazendo.

Enquanto isso, vamos de FH, Diego e Berna...

O bom volante Fabinho chegou a colocar no seu site a camisa do Fluminense, falar do seu prazer de vir jogar na equipe tricolor, etc. Entretanto, prevaleceu a vontade de Renato Gaúcho, que queria o pitbull Ygor de qualquer maneira; quando este foi contratado, a diretoria tricolor desistiu inexplicavelmente de Fabinho, colocando a culpa na “burocracia” que o Toulouse estava exigindo para liberar o jogador. Enquanto Arouca e Ygor dão cabeçadas no nosso meio e as opções são o Fabinho “prega-presa” e Romeu, além do Mauricio (que até vem fazendo o feijão-com-arroz), Fabinho já está como titular do Corinthians (não que isso seja grande vantagem hoje em dia). Seria uma ótima aquisição.

Abre aspas com a pergunta: por quê perdemos, mesmo com uma patrocinadora forte, dois jogadores para o Corinthians, que está na 2a divisão do Brasileiro? Foi culpa da diretoria? Foi culpa do Renato? Pouco importa, porque os jogadores estão lá, e não no Flu. Fecha aspas.

Jadson é um ótimo meia, seria perfeito para fazer a ligação entre o meio-campo e o ataque. Depois da eliminação do Shakthar da Liga dos Campeões, bastava um contato entre o nosso gerente Branco e o empresário do jogador para a vinda do atleta para o Flu por empréstimo de um ano. O que fizeram o Branco e a diretoria tricolor? Simplesmente ignoraram a possibilidade de negociar o jogador, os contatos não foram levados adiante e ficamos sem um meia que encaixaria perfeitamente no esquema do técnico e que acabaria como titular ao lado do Thiago Neves.

Como falei anteriormente, para um clube que sabia desde o meio do ano passado que iria disputar uma Taça Libertadores da América, a ausência de certos nomes acabou por ficar entalada na garganta dos torcedores, sabendo que o time poderia estar bem mais forte que o atual.

Quem ficou de 2007

Dos jogadores de 2007, a maior surpresa ficou por conta do Cícero, que mostrou amadurecimento em relação ao ano anterior; hoje, já participa mais do jogo, arrisca tabelas, tem mais presença no campo do adversário e mantém suas chegadas na área, que tem resultado em alguns gols; ainda pode melhorar, mas já se traduz numa opção real para o Renato, que deve lançá-lo como titular já nas semifinais do Estadual. Thiago Silva é Thiago Silva, continua arrebentando. Luiz Alberto também se manteve bem; Junior César foi esperto e, quando viu que Gustavo Nery mais parecia um zumbi de um filme de George Romero, treinou com afinco, mostrou disposição e retomou a posição de titular. Maurício até vem entrando razoavelmente bem e pode estar se tornando o novo “Marciel” (meu deus, toc, toc, toc...) do Renato Gaucho, no que se refere a obediência cega ao técnico, o que pode lhe significar a presença na equipe titular, já que Arouca até agora não disse ao que veio. Thiago Neves também mostrou que veio tinindo para 2008, talvez mais amadurecido depois do imbróglio com o Palmeiras. Só tem que falar menos e continuar a jogar sua bola redonda.

Dos pontos negativos, infelizmente, o maior deles ficou com o Diego. Surpreendendo a todos, Renato lançou Diego na 1a rodada do Estadual, afastando FH e dando esperança em relação ao fim das “penosas” entrando no gol do Flu; o treinador de goleiros deu entrevista, dizendo que ele estava “preparado”, mas o que se viu na prática foi um profissional inseguro e sem confiança, que não levou nenhum “frangaço”, mas deixou entrar algumas bolas totalmente defensáveis. Resultado? Lá está novamente o nefasto FH, que, logo na primeira partida contra o América, no segundo chute a gol do mequinha na partida, deu uma de Curupira (aquele ser folclórico que tem os pés virados para trás) e rebateu uma bola nos pés do Bruno Carvalho, que fez o gol de honra. Agora, todo tricolor tem que acender uma vela antes de cada jogo.

Outro que não vem jogando tão bem é o Gabriel, que ainda não reencontrou a forma de 2005. Na verdade o Gabriel tem que abrir o olho, não pelas performances do Rafael, que continua altamente irregular, mas porque o técnico parece gostar muito deste jogador, tanto é que dá mais chances a ele que o Carlinhos, que teve uma performance superior ao Rafael no Flu. A torcida continua a apoiá-lo, mas, enquanto não for o mesmo de 3 anos atrás, vai ter que conviver com o fantasma da fama de mau profissional que tanto o prejudicou na sua experiência (curta) na Europa.

Arouca não vem jogando bem há muito tempo e o Renato já percebeu isso, tanto é que vem lançando o Mauricio na equipe. Arouca tem que ter a consciência de que se trata de um jogador limitado e tem que marcar muito, deixando o jogo para Conca, Thiago, Leandro, Washington, etc. Mas, com a pecha de “volante moderno” que lhe foi atribuída, em cima da qual ele vem se mantendo desde 2005, acaba nem fazendo muita presença na marcação e nem levando a bola corretamente para os homens de frente. Renato, você está certo: se não jogar bem, é banco, que parem com essa baboseira de passar a mão na cabeça dos “meninos de xerém”.

Para Finalizar, o ano vai começar

Finalizamos por aqui essa longa coluna, mas esse início de ano acabou gerando muitos assuntos (sem dúvida a presença ou não dos três atacantes o maior deles), e nossos amigos tricolores devem estar loucos pelo debate.

No próximo final de semana, começa o ano de verdade para o Fluminense, chega de pré-temporada de luxo. A semifinal contra o Botafogo deverá ser dura, o time de Cuca perdeu em técnica em relação ao ano passado, mas ganhou em fibra, vai fazer o nosso time correr e não vai vender fácil a eliminação. Se o Flu vencer, pegará o vencedor de Flamengo x Vasco, o primeiro com sede de vingança pelos 4 x 1 do último domingo e, se for o segundo, embalado por uma vitória contra o arqui-rival que poucos estão apostando. O Estadual, finalmente, vai pegar fogo. O Flu tem time para vencer a Taça Guanabara, mas vai ter que jogar muito.

Mas, no fundo, mesmo com a rivalidade a flor da pele e a ansiedade pelos próximos dois jogos pelo título da Taça GB, não dá para esconder: depois de 23 anos, subir os quase 3.000m de altitude de Quito para enfrentar a LDU na nossa estréia na Taça Libertadores é o que está mexendo com o coração tricolor. Expectativa, nervosismo, ansiedade, tudo está fervendo no caldeirão tricolor, no primeiro passo para uma caminhada que pode resultar numa visita ao Japão no final de 2008.

Tricolores, preparem seus corações, o ano vai começar.

Abraços

Conde Fidalgo

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

HOMENAGENS APRESSADAS... (Áureo Ameno 2008 ameno@globo.com)

Conheci muitos Mussolines. Temos até um colega que se chama Hitler. Claro que ele não usa esse nome. Isso decorre de homenagens apressadas. As pessoas querem imortalizar nomes que, um dia, serão relegados. O caso do Romário é parecido. Não que ele não mereça homenagens da torcida brasileira. É uma referência do futebol mundial. Deu muitas alegrias à torcida do Vasco Mas deu, também, muitas tristezas à nossa torcida enquanto dava alegrias aos rubro-negros e tricolores. Quando eu entro em São Januário vários fantasmas, doces fantasmas povoam minha cabeça. Eu vejo Ademir, Lelé, Danilo, Ipojucan, Vavá, Almir, Chico, Eli, Rafagnelli, Augusto, Barbosa, Tesourinha e tantos outros. Já se foram. Mas deixaram seus nomes gravados na História do Vasco. Aliás, com os pés, mãos e cabeça escreveram a História do nosso futebol. Quanta gente consagrada pisou aquele gramado! Cada palmo do campo tem mais história do que toda a história do próprio futebol. Falei em alguns que já se foram. Que alegraram minha infância,. Minha juventude. Quantos outros, ainda vivos, também são inesquecíveis. Juninho, Alcir, Mauro Galvão, Edmundo, Geovani, Roberto Dinamite, Acácio, Carlos Germano, Luizinho, Mazinho, Paulo Roberto, Marco Antônio, Alfinete, Alexandre Torres.Orlando..vestiram, honraram a camisa do Vasco. A maioria deles, craque mesmo. Craque de dar inveja aos rivais. Quando entro em São Januário revejo todos eles. E sempre me lembro de mais algum. E quando olho o busto solitário do Romário chegou a pensar em injustiça. Porque somente ele? Que nem vascaíno é. E as coisas aconteceram como eu temia. Eurico mais uma vez quis se meter na escalação do time. Dizem que foi por causa de empresário. Tinha que colocar o Alan Kardec pra francês ver. Romário, claro, não concordou. Não sei se os outros concordavam. Mas, Romário entende do riscado. E deixou o comando técnico da equipe. Como jogador, não dá mais. O Vasco quer ele no Flamengo e o Flamengo quer ele no Vasco. E agora, a gente fica sabendo que ele pode ocupar um cargo importante no futebol do nosso maior rival. E o busto? E a aposentada camisa onze? É nisso que dá homenagem apressada. É por isso que, em muitos lugares, é proibido homenagear pessoas ainda vivas. O herói de hoje pode ser o vilão de amanhã. Repito minha admiração pelo Romário. Repito - se tivesse de nomear os cinco maiores jogadores do mundo, em todos os tempos, lá estariam Pelé, Garrincha, Maradona e Romário. O quinto eu já pedia tempo pra pensar. Admiração é uma coisa. Estátua é outra muito diferente. Tem que fazer por merecer.
Mais uma vez, meus agradecimentos ao amigo colaborador Áureo Ameno.
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