DEFINIÇÃO DE FLAMENGO (Carlos Alberto Parizzi*)
Pessoas costumam dizer que existem dois tipos de torcidas no Rio. A do Flamengo e a “Anti-rubro-negra”. Jogadores falam em pele vermelha e preta. O décimo segundo jogador é permitido, pelas regras do futebol, ao Flamengo, sua torcida. Não importa qual destas afirmações acima define mais o Flamengo. O fato é que este clube representa a maior fatia de torcedores do Brasil. Digo Brasil porque em qualquer lugar deste país que houver jogo do Flamengo existirá uma torcida local, às vezes maior do que a do próprio time do lugar. É com toda esta paixão que a “Nação Rubro-negra”, como é chamada a torcida do Flamengo, faz de seus jogadores, além de ídolos, figuras folclóricas. Não precisa ser craque, mas sim, ter identificação com a mística da camisa vermelha e preta. Citar nomes como: Zizinho, Dida, Babá, Zico, Leandro, Junior, Gerson, Carlinhos, Adílio, Andrade, Henrique, Dequinha, Joel e uma centena de jogadores que são ídolos rubro-negros por suas qualidades técnicas é missão muito fácil. Mas o Flamengo vai, muito mais, além disso. Quem não se lembra de Fio, que acabou tema de música (Fio Maravilha-Jorge Benjor), com sua dentadura protuberante? Craque? Longe disso. Mas, com certeza, a maior “química popular” entre um jogador e uma torcida. Conseguiu se transformar num dos maiores nomes do clube sem jogar 50% de todos os nomes que citei acima. E como ele, Beijoca, Berico, Merica, e atualmente o baiano Obina, que vestiram o “Manto Sagrado”, como a torcida rubro-negra chama a camisa do seu time. Jogadores estrangeiros que defenderam o clube também sentiram o “gostinho” de serem idolatrados, como Doval, Domingues, Reyes, Fillol e outros de menos projeção, mas de igual dedicação ao ofício de representar o Flamengo.Escrever sobre o Flamengo é como se estivesse segurando uma caneta com 33 milhões de mãos. Ninguém consegue ter esta responsabilidade sem dividi-la com esta torcida. E a torcida rubro-negra é fanática por esportes. “Seja na terra, seja no mar, vencer, vencer, vencer, uma vez Flamengo, Flamengo até morrer”, este hino retrata, fielmente, o que é ser rubro-negro.
* Parizzi, está na Rádio Manchete 760 AM; na "Manchete Esportiva" / "Jornada Esportiva" e nas transmissões ao vivo.