sábado, 21 de julho de 2007
O futuro está aqui?
Esta semana entrevistei Carlos Alberto Parizzi, comentarista da Rádio Manchete e apresentador do progarama Academia do Futebol na InterativaWebTV.
Considero bastante interessante a possibilidade de fazer um programa ser tem a menor idéia de quem está assistindo ou em que parte do mundo estão assistindo. Parizzi, mesmo bastante ocupado na rádio devido aos Jogos Panamericanos, atendeu prontamente ao convite do blog e falou sobre os desafios e curiosidades de comandar um progama virtual.
Confiram a entrevista!
Ao falar em um programa local ou regional, você sabe qual público está atingindo. Como foi a experiência de comandar um programa onde você não tinha idéia de quem está te assistindo?
Foi meio assustadora no primeiro dia. Não sabia se dava bom dia, boa tarde ou boa noite. Estava falando para o mundo todo. Resolvi adotar a tática do horário local. A sensação é de como você estivesse solto no espaço. Não sabe quem está assistindo, onde está entrando, é um vôo cego. Mas, depois que acostuma, é uma experiência incrível, principalmente quando você recebe perguntas no chat, de todos os lugares, e depois consegue saber os lugares em que estava sendo acessado o programa. É importante tomar cuidado com certos comentários locais que possam ser taxados como ofensas por outra parte. Não pode ter “gana” nos argentinos, por exemplo, porque eles assistem. Então, por mais que você queira gozar “los hermanos” não é uma boa política. O programa deve ter uma produção muito bem feita, com notícias apuradas de todo o mundo, o que exige de quem está apresentando ou comentando está por dentro das principais manchetes esportivas.
Você considera essa diversidade de "interespectadores" positiva ou negativa do ponto de vista do desenvolvimento da pauta?
É muito positiva. Exige maior pesquisa e com isso adquire-se maior conhecimento também. Muitas coisas que achávamos importante como notícia, acabei tendo que correr atrás de outras opiniões para chegarmos a uma, personalizada, e bem embasada. A responsabilidade é muito grande. Basta você falar uma coisa que não esteja de acordo com o contexto para que se perca a credibilidade de quem está assistindo. Tem pessoas expert naquele assunto.
Na sua opinião, a tv na internet terá seu próprio espaço no futuro ou ficará sempre como alternativa?
Difícil fazer qualquer prognóstico sobre a internet, porque você pode , daqui a minutos, ser ultrapassado pela velocidade das informações. Acho que a TV convencional e a Tv por IP se confudem em pesquisas, mas a por IP tem maior agilidade. Não necessita de tanto aparato. A notícia é mais factual no tempo.
O que você acha da possibilidade que a internet oferece de interagir em tempo real com o público?
No meu programa isto acontecia. É como se você estivesse fazendo um misto de rádio, televisão e jornal, mas com resultados imediatos. E o mundo hoje gira em torno do imediatismo. O principal lance da internet é , justamente, você poder se comunicar em tempo real. Depois é poder acompanhar a qualquer hora. São os dois grandes “baratos” da TV por IP.
Você acha que um programa deste tipo é interessante também pro patrocinador? Já que o efeito multiplicativo do computador é bem menor. Se tem uma televisão ligada, às vezes, tem até cinco pessoas assistindo e no computador raramente mais de uma.
Mas em compensação o computador está ligando você a todo mundo. As tvs, tirando as por assinatura, são mais voltadas pára o público local e regional . Os anunciantes tem a vantagem de ter um link direto com o telespectador. É instantâneo. O cara vê a publicidade e se linca diretamente com o patrocinador. Aí depende da página do patrocinador ser interessante, o suficiente, para que o potencial consumidor adquira seu produto, até mesmo na hora.
Ta aí! Quem ainda não conhece uma Tv virtual, confira em http://www.interativawebtv.com.br/
Não se esqueçam do sorteio dos DVD's do Botafogo: "O Resgate da Dignidade".
Os autores das duas melhores rimas sobre o Botafogo e a volta por cima ganham o DVD autografado por Max e Tulio. E-mails para rarafael@gmail.com.
Resultado em duas semanas.
quarta-feira, 18 de julho de 2007
O Resgate da Dignidade
Desde o início dos anos 2000, o Botafogo flertou com o rebaixamento para a segundona. Campanhas desastrosas foram realizadas em 1999 (onde o clube escapou graças a pontos conquistados no STJD devido ao "Caso Sandro Hiroshi"), 2000, 2001 e por fim veio o rebaixamento em 2002. Times fraquíssimos, sálarios atrasados, má gestão administrativa, baixíssima média de público nos estádios marcaram esse período negrio da história do Glorioso.
No Carioca, foi eliminado diversas vezes na primeira fase pelo Americano de Campos, o que criou por parte dos rivais o sugestivo apelido de: A quinta força do Rio!
Após a queda para a série B terminou a gestão do então presidente Mauro Ney Palmeiro. O substituto era Bebeto de Freitas, que chegou e efetivou Levir Culpi para ser o técnico botafoguense. O clube estava afundado em dívidas, com jogadores de empresários nas divisões de base, sem um lugar para treinar, sem patrocínios, sem um estádio que suportasse toda a sua torcida e com jogadores pedindo para não atuar mais pelo clube devido aos salários atrasados. O Botafogo reestruturou o clube, pagou parte das dívidas, assinou com dois patrocinadores, construiu arquibancadas móveis e fez do Caio Martins um verdadeiro Caldeirão Alvi Negro. A boa administração de Bebeto e as boas indicações de Levir levaram o Botafogo a montar um time competitivo e barato, e a partir daí todos já sabem, o Botafogo brilhou na série B e retornou à elite junto com o Palmeiras. Após a subida não foi bem no brasileirão mas manteve a organização e fez um bom campeonato no ano seguinte. Em 2006 venceu a Taça Guanabara e foi campeão carioca sob o comando de Carlos Roberto. Hoje o time é lider do Brasileirão e vive uma verdadeira lua-de-mel com a torcida. Estive no Caio Martins e conversei com Tulio e Max, os unicos remanescentes da campanha vitoriosa e da volta por cima. Eles falaram sobre a diferença entre os dois momentos vividos dentro do clube e analisaram a atual fase do time com a torcida. Confira as entrevistas!
Blog do Garça: A que você atribui o sucesso na série B?
Túlio: Eu atribuo ao trabalho do Levir principalmente. O Levir é um cara que soube ter paciência, porque no campeonato carioca nós fomos mal e ele sabia que era time que ainda estava em formação e não poderia cobrar exageradamente. Até no inicio da série B foi difícil, mas quando engrenou não parou mais.
Max: Foi a união. O clube se encontrava num momento difícil. O Bebeto conseguiu montar um grupo que pudesse abraçar a idéia dele. Tivemos muitos problemas: falta d' água, sem energia, companheiros sem condições de ir pro treino pegando carona com outro... e isso tudo foi superado com muito empenho e muita união.
B.G.: Como você classifica a participação da torcida durante a série B?
T: Foi fantástico! Em 2005 eu até me decepcionei com a torcida do Botafogo um pouco porque o que eu vi em 2003 foi o máximo... o apoio que deram. Colocaram aquelas arquibancadas móveis e todo jogo era lotado, podia ser contra time de menor expressão ou clássico que todo jogo era casa cheia. Aí em 2005 que a gente liderou o campeonato até a décima rodada e a torcida não ia... não sei porque, talvez porque a gente tava jogando na Ilha do Governador, foi alguma coisa assim porque não ia a torcida. E a impressão que a torcida deixou pra mim em 2003 foi essa que é hoje: a torcida fazendo a festa todo jogo.
M: Foi o 12º jogador. O Caio Martins era uma pressão enorme, o nosso caldeirão. Perdemos poucas partidas aqui dentro e jogávamos com uma garra tremenda pois sabiamos que a torcida jogava junto com a gente.
domingo, 15 de julho de 2007
Bad Boys ou Embaixadores da Onu?
Os "bad boys" do futebol deram lugar aos "embaixadores da ONU". Jogadores polêmicos que dominavam os campeonatos e as manchetes saem de cena e os novos ídolos ganham até título das Nações Unidas para seu bom-mocismo.
As décadas de 80 e 90, principalmente, foram maracadas por jogadores irreverentes, polêmicos e bons de bola. Paulo César Caju, Serginho Chulapa, Mario Sérgio, Maradona, Romário, Edmundo e Djalminha são apenas alguns craques da bola, famosos também pela jeitão "bad boy".E como faz falta esse jeito de ser no futebol. Apesar da fama de encrenqueiros eles faziam a alegria da galera, apimentavam as decisões, lotavam as manchetes esportivas e jogavam demais.Hoje em dia deram lugar aos não menos talentosos, porém bonzinhos demais, Ronaldo, Kaká, Bechkam, Ronaldinho e cia. que podem até não conseguir esquentar o clima de uma decisão ou entrar numa briga em boate, mas ajudam a vender desde cerveja até shampoo e cueca.
Eu, particularmente prefiro o estilo "bad boy" que faz e acontece fora de campo, mas lá dentro resolve e chama a responsabilidade pra si. Eles dão vida ao futebol e alegram o noticiãrio esportivo. Fogem da concentração, não gostam de treinar, estão sempre cercados de belas mulheres e ficam loucos quando não são a estrela da companhia. Já os bom moços estão sempre ocupadíssimos com suas campanhas de marketing e quando são convocados para a seleção brasileira alegam cansaço (não é, Kaká?). Mas é lógico que estão cansados. Participam de trezentos eventos beneficentes por mês, gravam quatrocentos comerciais por semana, tem duzentos compromissos extra campo e nos finais de semana ainda tem que "bater uma bolinha" pelos clubes onde tem contrato. Desgastante mesmo, né?Acho uma pena o fim dos "bad boys" no futebol, cada time deveria ter um desses, aí sim o futebol voltaria a ter um toque de malandragem, ou por que não de humanidade? Pessoas com as quais o povo se identifique e não apenas bonecos que jogam bola e fazem propaganda, bonecos sem sentimentos, quando ganham dizem que está bom, quando perdem dizem apenas: "temos que tarbalhar durante a semana pra corrigir os erros com o professor." Ah! Que coisa clichê!Quem não se lembra do Romário no Vasco perguntando à defesa: _" Quantos gols vocês vão tomar hoje? Fala logo que eu fico sabendo quantos tenho que fazer aqui na frente." Ou do soco que ele deu no rosto do companheiro Andrei após um gol no Fluminense? É claro que não tá certo dar um soco em alguém, mas é a reação de um ser humano que tem sentimentos e tem gana de vencer. Eu tô fora destes craques fabricados em série com exagerada dose de bondade que andam por aí.
E vocês? Embaixadores da ONU ou Bad Boys?Aproveitem e lembrem alguma história interessante de um desses polêmicos boleiros.