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quinta-feira, 1 de novembro de 2007

TIME DE CHEGADA!

Joel Santana resumiu bem o que fizeram com o Flamengo:
Acordaram o gigante adormecido!

Pode parecer clichê, mas a torcida do Flamengo faz a diferença na "hora do vamu vê".


quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Papo com Paulo Emílio

Conforme prometido, estou postando o bate-papo com o ex-treinador Paulo Emílio.

Como treinador, nunca mais. Depois de mais 30 anos de carreira, Paulo Emílio ressurge no cenário como escritor. Ao descobrir um novo talento, o ex-técnico descobriu que, de algum forma, pode contribuir para incrementar a literatura esportiva do País. Nada mais adequado, portanto, do que repassar aos torcedores — e leitores de um modo geral — as memórias de quem sabe o que fala.
Paulo Emílio acredita que cumpriu uma longa missão nos gramados. Agora, ele mergulha em si mesmo, raciocina, reprisa erros e acertos. Acima de tudo, curte a vida que pediu a Deus na bela Ipanema lá no Rio de Janeiro. Freqüenta bares e restaurantes. Às vezes, reencontra velhos amigos.


Após o debate, na Universidade Cândido Mendes, Paulo Emílio me atendeu prontamente e conversamos por alguns minutos.

Confira!


Paulo, você defende a melhor utilização da experiência do treinador dentro do futebol. Comente a escolha do Dunga como técnico da seleção brasileira, já que ele não tem experiência na função e foi escolhido por ter sido um jogador vibrante e ter características que se encaixam na necessidade do momento, que é apagar a imagem passiva deixada pelo Parreira na última Copa.

Eu não mais treinador, então eu posso falar... Eu sou contra! Nada contra a pessoas do Dunga, mas o posto de técnico da seleção brasileira deve ser ocupado por um profissional consagrado, aquele que está melhor no momento. A seleção brasileira deve ser vista como o auge da carreira de técnicos e jogadores. O Dunga até pode ser um vitorioso na seleção, mas nós já tivemos algumas experiências neste sentido que não deram certo, inclusive com o Falcão.
Ele está sendo muito inteligente porque se cercou de bons assessores e o trabalho tá muio bem planejado.

Agora generalizando. Ex-jogadores como treinador... Apenas o fato de ser ex-jogador já é o bastante para ser treinador?

Pois é... esse é um engano que muita gente comete. Todo treinador é ex-jogador. Nós fomos jogadores! O problema é que o nosso tempo de jogador foi esquecido.
O Tostão até fala no prefácio do meu livo: "A prática é importante em qualquer profissão, mas a prática sem teoria é uma grosseira simplificação."
Eu acho que prática e teoria tem que andar de braços dados.

O Parreira, por exemplo não foi jogador*, e é um vitorioso...
(Parreira chegou a tentar a sorte como goleiro, mas não é considerado ex-jogador)

É... mas tem uns dois ou três só. São exceções, pois a maioria foi. Não precisa ter sido craque, mesmo que não tenha sido destaque em grandes times, podem tem jogado em times do interior por aí.
Apenas 3,57% dos jogadores ganham acima de 20 salários minímos e 49,5 % ganha salário mínimo, então esses 49,5% são semi-profissionais, mas eles podem ser treinadores amanhã porque a experiência que eles tem é a mesma daqueles que ganham mais.

O Evaristo de Macedo defende que o treinador também deve ser o responsãvel por todo departamento de futebol. Muita gente acha que essa é uma idéia moderma, mas há muitos anos o Evaristo defende isso, de ser responsável por categorias de base, contratações, renovações de contrato, etc. Qual sua opinião a respeito?

Quando era treinador, eu nunca aceitei nos clubes que eu trabalhei que um jogador fosse dispensado seu meu parecer, seja infantil, juvenil ou profissional.
O Garrincha não ficou no Fluminense na época do Gentil... O Gentil nem sabe que o Garrincha jogou no Fluminense!! Então eu acho que o treinador tem que dar um parecer. O Careca ia ser dispensado do Guarani com dezesseis anos e eu segurei a peteca lá, se não sou eu ele não teria sido revelado no Guarani. O treinador da equipe principal tem que usar a experiência dele e dar a opinião sobre o jogador da base, e acho inclusive que deve supervisionar a parte tática das divisões de base, porque ele é o técnico! Não tem cabimento um cara que nunca jogou bola supervisionar o Futebol de um Clube como nós estamos vendo aí.
Pra mim, o melhor esquema de trabalho que eu ví até hoje foi o do Palmeiras na época do Felipão. O Palmeiras fez um tripé - nas quatro linhas: o Felipão; fora das quatro linhas, como diretor administrativo: Paulo Angione; e como diretor-técnico, um ex-treinador: Lapola. Linkando esse tripé ao patrocinador tinha o Brunoro. O Palmeiras ganhou tudo... então futebol não tem mistério, é só escolher os homens certos para os lugares certos.
Acho que nós estamos vendo muitos aventureiros entrando no futebol sem nunca terem visto bola na vida.




Nome: Paulo Emílio Frossard Jorge

Naturalidade:
Espera Feliz/MG

Clubes em que trabalhou: Portuguesa/RJ, Vasco, Botafogo, Fluminense, Santos, Portuguesa/SP, Guarani, Noroeste, Náutico, Santa Cruz, Atlético/PR, Noroeste, São José, Sporting (Portugal), Al Helal (Arábia Saudita) e Cerezo Osaka (Japão).

Títulos conquistados: campeão carioca, em 1975; bicampeão da Taça Guanabara, em 1975/76; campeão capixaba invicto, em 1967; campeão da Taça de Portugal, em 1977/78; vice-campeão brasileiro da Série B, em 1989.


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