O ano começou...como está nosso grau de satisfação?
Caros Leitores
Mais uma vez peço desculpas pela ausência, a última coluna já tem algum tempo, e sabemos que a torcida tricolor quer participar, se manifestar, e hoje, acima de tudo, esbravejar contra o time, a comissão técnica e a diretoria pela perda do Estadual.
Mas, o importante é que voltamos ao espaço do Blog do Garça num momento crucial para falar do nosso Fluzão, entre a ducha de água fria na torcida que foi a derrota para o alvinegro no segundo turno do estadual e a animação antes da primeira partida pelas oitavas-de-final da Taça Libertadores, contra o Atlético Nacional, na próxima quarta-feira (dia 30 de abril), em Medellín.
Vamos aos fatos
Terceira derrota seguida para o Botafogo e eliminação do Campeonato Estadual – de quem foi a culpa?
Para os tricolores de outrora (como eu), historicamente alguns times sempre foram umas pedras no nosso sapato; entre eles, o América (é, o Ameriquinha, aquele do passado, é claro) e o Botafogo; o time da estrela solitária já cansou de complicar nossa equipe, mesmo quando tínhamos equipes bem superiores ao adversário. Mas, isso não é desculpa e nesse início de ano a paciência acabou.
1o turno de 2008, semifinal: o Fluminense vinha com status de favorito, jogava com o time completo (Leandro e Washington como titulares e Dodô como reserva ainda eram os “três tenores”) e já se falava em final com o Flamengo. O resultado? Uma atuação pífia contra o Botafogo, onde tomou um gol numa jogada manjada do adversário e foi incapaz de reagir. No final da partida, Ygor (que já havia falhado em conjunto com a hecatombe chamada Fernando Henrique, que saiu de olhos fechados num cruzamento), faz um pênalti ridículo e o Flu perde por 2 x 0. A campanha na Libertadores acabou por fazer a torcida relevar a perda, o Flamengo ficou com o título da Taça GB e a ladainha da comissão técnica (leia-se Renato Gaúcho) e de alguns jogadores começou – “Na hora da decisão, vamos ver quem será melhor”.
2o turno de 2008, partida intermediária: poupando o time para uma partida pela Libertadores, Renato Gaúcho coloca um time misto contra o Botafogo, que entra com o titular. Num jogo meio preguiçoso, o Flu perde por 3 x 1, com mais uma atuação para ser esquecida. A desculpa foi: “a obrigação era deles, que estavam com o time titular” e, novamente, “na frente a gente se encontra e vamos ver quem é melhor”.
Final da Taça Rio: chegava o dia do “grande embate”; após passar por um sofrimento desnecessário nos pênaltis contra o Vasco, o Flu encontrava novamente o Botafogo pela frente. Após uma vitória tranqüila contra a LDU pela Libertadores no meio da semana, o time estava pronto para a final, que daria ao vencedor o direito de decidir o Estadual contra o Flamengo.
O que aconteceu? Mesmo com o pênalti perdido pelo Washington (que atravessa péssima fase técnica e jogou duas partidas no sacrifício pela contusão no tornozelo) num momento crucial do jogo, tivemos mais uma fraquíssima atuação do time, que chegou a jogar com um homem a mais por 15 minutos no final do 2o tempo, sem saber aproveitar (mal finalizou nesse período). Com mais uma atuação ridícula dos nossos volantes (vamos voltar a falar deles daqui a pouco) e com um time extremamente mal posicionado em campo, além da falta de aplicação num jogo que valia muito para o clube (se o Flamengo for o campeão empatará conosco em número de títulos estaduais), o Flu acabou levando um gol no final e foi incapaz de reagir, assim como no 1o turno. Em maioria no estádio, a torcida saiu fula da vida (com razão) e a diretoria/time/comissão técnica acabaram dando patéticas explicações para a terceira derrota seguida para o Botafogo. O Estadual de 2008 terminou de forma triste para o Flu no dia 20 de abril.
Será que o único problema foi o Botafogo?
Atribuir somente ao “carrasco” Botafogo a perda do Estadual é resumir um conjunto de equívocos em duas partidas decisivas. Na verdade, o somatório de alguns fatores foi o motivo principal, dentre eles:
Equívocos do Renato Gaúcho
Nosso Renato é bom técnico, tem potencial para ser ainda melhor, completou um ano à frente do clube, até com bons números e um título inédito que nos levou à Libertadores depois de 23 anos. Mas, mesmo sabendo que isso é difícil, tem que ser mais humilde e reconhecer que tem de estudar, se aprofundar e parar de achar que nos momentos decisivos somente o papo, a amizade e os rachões com os jogadores do elenco bastam para ganhar determinados jogos. Renato cometeu alguns erros importantes em alguns jogos e, mesmo poupando alguns atletas, o que se viu foram alguns elementos se arrastando em campo. Sua teimosia em mexer no time nos jogos finais do 2o turno foi latente. No jogo contra o Vasco, apostou que a partida iria para os pênaltis e, se não fosse a nossa jogada Thiago Neves-Thiago Silva, poderíamos ter perdido a partida. Contra o Botafogo, mesmo com mais uma atuação ruim da dupla Ygor-Arouca, além de Washington e Conca terem jogado abaixo da crítica, Renato não mexeu, o time morreu em campo e a derrota acabou acontecendo. Não temos bola de cristal, mas naquele dia o técnico tricolor deveria ter sacado Arouca ou Ygor e Washington, colocando o Roger e Allan ou Tartá, posicionando o time mais fechado e jogando nos contra-ataques em velocidade contra a lenta defesa do Botafogo – dificilmente teríamos tomado aquele gol, com o Roger fechando a área com o Luis Alberto e o Thiago Silva. É visível que os jogadores gostam do técnico, mas isso não basta para ganhar jogos. Renato, mais concentração!
Ygor e Arouca – ninguém merece o que está jogando essa dupla
Não sei se vocês se lembram, mas na 2a coluna do Conde Fidalgo, quando falávamos das contratações para 2008, já estava avisado: “Volantes – na média, são bastante limitados”. Naquele item, falamos rapidamente sobre o temor da não contratação de jogadores para essa posição em 2008, confiando apenas nos “pratas-da-casa” e no Fabinho.
Além de ter perdido Fabinho (que estava no Toulouse) para o Corinthians, numa barbeiragem tripla do Renato, Branco e Celso Barros, o Flu ainda contratou o Ygor, um jogador sem bagagem, altamente limitado e que, ainda pior, falha em momentos decisivos. Reconheço o esforço do jogador, sua briga em campo, mas sua limitação irrita. E o amor do Renato pelo seu futebol irrita ainda mais. E, por falar em irritar...
Arouca é o Seedorf brasileiro? Ou é apenas o Arouca brasileiro?
No jornal O Globo, normalmente na véspera de jogos decisivos, um torcedor do Flu publica um “Informe Publicitário”, colocando suas opiniões sobre a equipe. Num desses informes, ele dizia quais jogadores tinham “alma” e deveriam ser escalados e ainda chamava Arouca de “Seedorf brasileiro”, dizendo que este nunca poderia ficar de fora do time.
Pausa...
Clarence Seedorf, peço desculpas, em nome da torcida tricolor, à sua brilhante carreira, de títulos importantes por Ájax, Real Madrid e Milan e, acima de tudo, pela sua bola, que é muito cheia.
Voltando ao mundo real...
Arouca não passa de um Arouca. Há 3 anos o futebol (limitado) desse rapaz vem minguando, mas incrivelmente ele não é sacado da equipe (o Renato até ameaçou esse ano). É visível que está fora de forma, se arrastando em campo, hoje ele faz até o Toró parecer um jogador mais útil que ele (o que não quer dizer nada, na prática). E, pior (ou melhor, dependendo da ótica): seu contrato acaba no final do ano e a chance do clube ainda fazer algum dinheiro com ele é agora. Que a comissão técnica faça um trabalho com esse atleta para, pelo menos, ele entrar em forma e ser útil a equipe. Rodando de uma intermediária a outra, Arouca não está jogando rigorosamente nada. E nada de botar a culpa no Renato, nesse caso, porque o problema está exclusivamente no jogador.
Thiago Neves-dependência
Não há dúvida: o time do Fluminense é um quando Thiago Neves joga bem e outro quando não joga. E, mesmo em momentos do jogo onde desaparece um pouco (ainda é um jogador que cansa rápido), suas jogadas de bola parada e passes em profundidade são decisivos (o que deu para Washington sofrer o pênalti na decisão contra o Bota foi coisa de quem sabe muito). Mas, Thiago não é infalível, e nem sempre ele vai conseguir resolver. No esquema do Renato, onde Conca divide a armação, a saída de bola dos volantes, que atualmente é ruim, é decisiva. Na verdade, o Flu tem feito muita “ligação direta”, com lançamentos do Thiago Silva ou Junior César, buscando Washington e Cícero para ganhar as bolas de cabeça. Como a bola não tem chegado redonda, e a marcação adversária tem apertado, nosso melhor jogador tem tido dificuldades em momentos das partidas. Thiago será marcado constantemente e o técnico deve achar uma solução para esse problema.
3 Tenores - Azar? Incompetência? Ou ambos?
No início do ano, pouco noticiário esportivo sacudiu mais a mídia que a contratação dos três atacantes pelo Flu: Washington, repatriado do futebol japonês, maior número de gols numa edição de campeonato brasileiro; Dodô, o “craque dos gols bonitos”, do rival Botafogo; e Leandro Amaral, destaque seguido por duas temporadas do Vasco, desvinculado do clube cruzmaltino (à época) através de uma medida judicial.
Os “Três Tenores” foram notícia por dois meses seguidos, se iriam conseguir atuar juntos, sobre quem ficaria no banco, se um iria passar a bola pro outro, etc. Depois do fracasso na semifinal do 1o turno do Estadual (onde Renato colocou apenas dois para entrar jogando), o esquema com três atacantes foi deixado de lado; logo depois, Leandro Amaral é desvinculado do Flu através de medida judicial impetrada pelo Vasco da Gama, desfalcando a equipe no restante do segundo turno e na Libertadores (e, posteriormente, indo embora de vez). Saindo do banco de reservas, Dodô tem uma atuação boa contra a Cabofriense e uma antológica contra o Arsenal de Sarandí, num 6 x 0 inesquecível para a torcida do Flu; quando os tricolores já elegiam o seu novo ídolo, eis que num jogo contra o Friburguense, num lance bobo de área, Dodô tem uma fratura na face, que o deixou no estaleiro por quase dois meses (segundo a imprensa e baseado no último jogo-treino do Flu, já deverá fica no banco contra o Atlético Nacional). O “tenor” restante, Washington, que ainda vinha fazendo seus gols, mas tem tido suas atuações prejudicadas por não ter um companheiro efetivo que lhe prepare as jogadas, pede para Renato Gaúcho escalá-lo num jogo de final de turno, contra o Madureira, em Édson Passos, para “disputar” a artilharia do Estadual. No fim do 1o tempo, pula numa bola, mas pisa no pé de um jogador e sofre uma entorse. Depois, joga machucado contra Vasco e Botafogo, atuando mal nas duas partidas, sendo que na segunda perde um pênalti decisivo quando a partida ainda estava 0 x 0.
Que lição poderemos tomar?
Não há dúvida que o caso de Dodô foi uma fatalidade. Uma disputa de área, normal, como acontece várias vezes no jogo, atingido por um zagueiro. O meia Renato Augusto do Flamengo, jogador muito mais jovem, também passou por drama semelhante na 1a partida do rubro-negro em 2008 e apenas recentemente voltou a atuar pelo clube. Isso é fato.
Mas, quando chegamos aos outros dois, não podemos apenas atribuir ao “azar” ou a qualquer praga de torcedor a situação dos jogadores. Nós tricolores, reconhecemos o faro de gol do Washington. Foi uma ótima contratação, é um centroavante matador, parece ser jogador de grupo, etc. Mas, escalá-lo num último de jogo de turno, com a equipe já classificada, contra um Madureira, jogando no estádio de Édson Passos, apenas para satisfazer a vontade pessoal de “artilharia”, desculpem, eu não concordo. O objetivo SEMPRE deve ser o Fluminense, em primeiro lugar. Por mais que o jogador seja legal, tudo mais, Renato Gaúcho tinha obrigação de poupá-lo, pois, na semana seguinte, estavam em disputa a melhor campanha na Libertadores (fato que acabou acontecendo e que deu ao clube o direito de disputar a segunda partida em casa até o final do torneio) e a primeira partida da semifinal do 2o turno. Nessa, o comandante e nosso coração valente vacilaram, deram sopa para o “azar” (olha ele aí...) e deu no que deu. Um projeto pessoal acabou por prejudicar a equipe.
Leandro Amaral – o circo do Celsão, Horcadão, Renatão, Panhocão e Euricão, com o “palhaço” Amaral no meio do picadeiro
Hoje tem marmelada? Tem, sim senhor!
O caso Leandro Amaral, se tiver como epílogo a volta do atleta ao Vasco, não passará pela goela dos torcedores tricolores. No início da temporada, foi alardeado aos quatro ventos (por meios oficiais e inclusive por outros informais ligados exclusivamente ao Fluminense) que o caso do atacante com o Vasco estava resolvido, que as pendengas judiciais não aconteceriam, e que o mesmo estaria “100% no Fluminense”.
O real?
Desde o final de fevereiro, Leandro Amaral foi afastado judicialmente do Flu, desfalcando a equipe num momento importante. Na semana do clássico contra o Vasco pelo 2o turno, o Dr. Panhoca conseguiu uma liminar e o atacante somente não foi escalado graças a mais uma manobra da Federação em conjunto com o Vasco, fechando as portas da entidade para que o tricolor não pudesse registrar o jogador. Mesmo assim, Leandro chegou a assistir a vitória do Flu por 2 x 1 do camarote da empresa de saúde do Celso Barros. A torcida, sempre esperançosa, cantou a volta do atacante. O que aconteceu? Na semana seguinte, novamente foi cassada a liminar e, depois do último recurso ter sido recusado, Leandro Amaral acabou voltando ao Vasco na semana passada e, pasmem, deve até ser escalado nas fases finais da Copa do Brasil pela equipe cruzmaltina. Deu entrevistas, falou do seu processo de “amadurecimento” e que vai cumprir seu contrato.
Dentro desse circo, onde não faltaram bravatas, blefes e, acima de tudo, muita incompetência do lado do Fluminense e do advogado do jogador, duas foram as vítimas: a torcida tricolor, que teve um rápido gosto de ter um dos melhores atacantes do Brasil jogando pelo Flu, mas que agora terá o dissabor de ver o jogador voltar a atuar pelo Vasco, e a equipe do Flu, que, quando da contusão de Dodô, viu cair o padrão de jogo, com Washington jogando isolado (e caindo de produção), às vezes auxiliado por um esforçado Cícero, que não possui características de atacante.
Quanto à patrocinadora do Flu, a diretoria tricolor, o advogado do jogador e o técnico, grandes responsáveis pelo circo, fica o legado de meses jogados fora, quando outro atacante já deveria ter sido contratado. Dentro do Flu, ainda existe um fio de esperança na volta de Leandro, através de uma negociação futura com o Vasco.
Sabe o que o Conde vai fazer? Já que acabou a pipoca e o algodão doce, vou comprar meu amendoim torrado, para ver o próximo passo no picadeiro...
E pra frente?
Pois é, o Estadual acabou. Por outro lado, o Flu alcançou o 1o lugar geral na primeira fase da Libertadores, que traz como agregado mais importante disputar sempre em casa a segunda partida da fase “mata-mata”. Na minha visão (vi duas partidas dessa equipe na competição), nosso primeiro adversário, o Atlético Nacional de Medellín, tem uma equipe mediana, com um bom goleiro, uma defesa razoável, um meio de campo que carrega bem a bola e com ataque fraco. Sua campanha: em casa - uma vitória (Luqueño) e dois empates; fora de casa, venceu também o Luqueño e perdeu dois jogos por 1 x 0, para Audax e São Paulo.
Podemos passar pelo Nacional, mas acho que alguns pontos devem ser levados em consideração, mesmo sabendo que dificilmente serão:
I – Barração imediata de Ygor e Arouca e contratação de um volante: já que o Ygor está jogando praticamente de terceiro zagueiro, não há motivo para o Roger, jogador de técnica, caráter e alto grau de profissionalismo, não estar jogando; caindo como líbero, dá até para liberar um pouco mais o Thiago Silva; portanto, é Roger no lugar do Ygor. Quanto ao indolente Arouca, banco pra ele também. O Renato tem que começar a testar o Cícero no seu lugar e, se o time ficar muito frágil na marcação, que tente o Maurício. Mas, acima de tudo, a diretoria tem que contratar um volante (de preferência até dois), porque, além da Libertadores, vem aí o Campeonato Brasileiro: Marcelo Mattos, Allan Bahia, Fábio Simplício, Magal (ótimo campeonato paulista pelo Guaratinguetá), tanto faz: nossos volantes são fracos e o time tem que ser reforçado. Temos que ter volantes que marquem de verdade, limpando a bola para os armadores.
II – Se Dodô estiver semi-pronto, que entre em campo: na equipe do Flu de hoje, Dodô joga de qualquer maneira, a não ser que ainda tenha algum impedimento médico (não parece ser o caso). Para o jogo na Colômbia, se quiser que o time fique mais compacto, mexa no meio, mas Washington não pode mais jogar isolado na frente. O time fica capenga, a bola está batendo e voltando e várias vezes, pela falta de capacidade dos volantes de levar a bola a frente, a equipe faz ligação direta para o ataque, dificultando a armação de Conca e Thiago Neves. Dodô em campo, por favor.
III – Quando jogar na Colômbia, não adotar a tática suicida do 1o tempo contra a LDU: todos os tricolores lembram os sofridos 45 minutos iniciais da partida de estréia do Flu contra a LDU em Quito – um festival de bolas perigosas, onde a equipe poderia ter saído derrotada por uns dois ou três gols. Contra o Nacional, nada de retranca: gol fora de casa, vale muito. O Flu deve adotar uma postura mais compacta, mas não pode deixar de atacar. Não vamos enfrentar o Boca (por enquanto), e sim o Nacional. Nada de retranca exagerada.
Os últimos pedidos do Conde:
Para não perder a prática, vamos lá, rezando para que a Diretoria e o patrocinador saiam do estado letárgico que se encontram hoje em dia:
I – com o fim do cartoon Leandro Amaral, contratar mais um atacante: Somália, quando voltar, será mais um homem de área (terceira opção). Portanto, um atacante que caia pelos lados do campo é imprescindível no momento, de preferência um pouco mais jovem que os atuais. Como a inércia do trio Celso Barros-Branco-Tote Menezes irrita profundamente, começaram as especulações. O nome do Araújo foi tentado, mas, conforme saiu no jornal, o Flu não quer pagar a multa rescisória. Seria bom. Falaram também do Deivid, mas acho difícil que o time do Zico o libere. Também seria bom. Eu particularmente, apesar de também não ser mais um jovem, acho o nome do Magno Alves uma boa. Tem que vir alguém, com perfil de “preparador” de jogadas, mas que faça seus gols também.
II – Bomba-Relógio: todo mundo sabe o que faz uma bomba-relógio? Tic-tac-tic-tac-tic-tac...uma hora, ela explode. Já sabem de quem o Conde está falando? Lógico, do nosso grande Fernando Henrique! Tal como uma bomba-relógio, ele está sempre pronto a detonar. Na semifinal contra o Vasco, pelo 2o turno, Edmundo dá um peteleco, na direção do meio da área. Ao lado do nosso valoroso frangueiro, Gabriel está pronto para o corte. O que faz um goleiro profissional? Ora, ele agarra a bola! Não deu? Ele espalma a bola pro lado! Não deu, mas tem um zagueiro que vai isolar a bola? Deixa o zagueiro chutar!
Mas, para Fernando Henrique, nada é simples: tal como um líbero do vôlei, Fernando Henrique transforma o peteleco do Edmundo numa manchete sensacional para o Jeanta pegar de canela e quase eliminar o Flu. Explode a bomba.
Diretoria, Santos Apóstolos, Entidades Divinas, por favor: ajudem-nos a nos livrar do Fernando Henrique! Quando vocês vão acordar e ver que o Flu precisa de um goleiro?
III – Que venha o Leo: a tão decantada “boa fase” do Junior César não passa de um corre-corre louco e muita disposição – falta técnica. O Flu tem que contratar um lateral-esquerdo de peso. Leo é o nome e a Diretoria deve entrar pesado nesse jogador. Se pagavam R$120 mil pro Gustavo Nery, podem pagar mais pro Leo. É isso. Junior César é um bom banco.
IV – A volta do nefasto Carlos Alberto, NÃO! É grande a possibilidade de Thiago Neves não emplacar o resto de 2008 no Flu, principalmente quando se abrir a janela do futebol europeu. Nas Laranjeiras, o reino da letargia, já deve ter gente pensando: “Olha, que beleza, tem o Carlos Alberto, ele foi criado aqui, foi campeão da Copa do Brasil, está sem clube, que tal...” NÃO ! Por favor, NÃO! Carlos Alberto é uma erva daninha. Nem no São Paulo, clube de melhor estrutura do Brasil, este rapaz conseguiu funcionar. Brigou no Porto, brigou no Corinthians, brigou no Fluminense, brigou no Werder e agora brigou no São Paulo. Se Thiago Neves sair, busquem outro. Carlos Alberto NÃO !
Bom pessoal, é isso, desculpem o tom pesado da coluna, mas não dá para engolir a eliminação do campeonato carioca, abrindo caminho para o Flamengo nos igualar em títulos estaduais (já está em vantagem após a vitória por 1 x 0 no último domingo), o caso Leandro Amaral e a falta de atitude da diretoria tricolor, que teve desde junho de 2007 tempo e dinheiro para montar um elenco forte para a Libertadores, e deixou a desejar em vários aspectos.
Na próxima quarta, como se diz por aqui, o “bicho vai começar a pegar” na Taça Libertadores. Se passarmos do Atlético Nacional, cruzaremos com São Paulo ou Nacional do Uruguai e, se permanecermos na competição, provavelmente com o Boca Juniors.
Vamos em frente? A diretoria, o patrocinador, a comissão técnica e os jogadores vão ajudar?
Abraços
Conde Fidalgo
Caros Leitores
Mais uma vez peço desculpas pela ausência, a última coluna já tem algum tempo, e sabemos que a torcida tricolor quer participar, se manifestar, e hoje, acima de tudo, esbravejar contra o time, a comissão técnica e a diretoria pela perda do Estadual.
Mas, o importante é que voltamos ao espaço do Blog do Garça num momento crucial para falar do nosso Fluzão, entre a ducha de água fria na torcida que foi a derrota para o alvinegro no segundo turno do estadual e a animação antes da primeira partida pelas oitavas-de-final da Taça Libertadores, contra o Atlético Nacional, na próxima quarta-feira (dia 30 de abril), em Medellín.
Vamos aos fatos
Terceira derrota seguida para o Botafogo e eliminação do Campeonato Estadual – de quem foi a culpa?
Para os tricolores de outrora (como eu), historicamente alguns times sempre foram umas pedras no nosso sapato; entre eles, o América (é, o Ameriquinha, aquele do passado, é claro) e o Botafogo; o time da estrela solitária já cansou de complicar nossa equipe, mesmo quando tínhamos equipes bem superiores ao adversário. Mas, isso não é desculpa e nesse início de ano a paciência acabou.
1o turno de 2008, semifinal: o Fluminense vinha com status de favorito, jogava com o time completo (Leandro e Washington como titulares e Dodô como reserva ainda eram os “três tenores”) e já se falava em final com o Flamengo. O resultado? Uma atuação pífia contra o Botafogo, onde tomou um gol numa jogada manjada do adversário e foi incapaz de reagir. No final da partida, Ygor (que já havia falhado em conjunto com a hecatombe chamada Fernando Henrique, que saiu de olhos fechados num cruzamento), faz um pênalti ridículo e o Flu perde por 2 x 0. A campanha na Libertadores acabou por fazer a torcida relevar a perda, o Flamengo ficou com o título da Taça GB e a ladainha da comissão técnica (leia-se Renato Gaúcho) e de alguns jogadores começou – “Na hora da decisão, vamos ver quem será melhor”.
2o turno de 2008, partida intermediária: poupando o time para uma partida pela Libertadores, Renato Gaúcho coloca um time misto contra o Botafogo, que entra com o titular. Num jogo meio preguiçoso, o Flu perde por 3 x 1, com mais uma atuação para ser esquecida. A desculpa foi: “a obrigação era deles, que estavam com o time titular” e, novamente, “na frente a gente se encontra e vamos ver quem é melhor”.
Final da Taça Rio: chegava o dia do “grande embate”; após passar por um sofrimento desnecessário nos pênaltis contra o Vasco, o Flu encontrava novamente o Botafogo pela frente. Após uma vitória tranqüila contra a LDU pela Libertadores no meio da semana, o time estava pronto para a final, que daria ao vencedor o direito de decidir o Estadual contra o Flamengo.
O que aconteceu? Mesmo com o pênalti perdido pelo Washington (que atravessa péssima fase técnica e jogou duas partidas no sacrifício pela contusão no tornozelo) num momento crucial do jogo, tivemos mais uma fraquíssima atuação do time, que chegou a jogar com um homem a mais por 15 minutos no final do 2o tempo, sem saber aproveitar (mal finalizou nesse período). Com mais uma atuação ridícula dos nossos volantes (vamos voltar a falar deles daqui a pouco) e com um time extremamente mal posicionado em campo, além da falta de aplicação num jogo que valia muito para o clube (se o Flamengo for o campeão empatará conosco em número de títulos estaduais), o Flu acabou levando um gol no final e foi incapaz de reagir, assim como no 1o turno. Em maioria no estádio, a torcida saiu fula da vida (com razão) e a diretoria/time/comissão técnica acabaram dando patéticas explicações para a terceira derrota seguida para o Botafogo. O Estadual de 2008 terminou de forma triste para o Flu no dia 20 de abril.
Será que o único problema foi o Botafogo?
Atribuir somente ao “carrasco” Botafogo a perda do Estadual é resumir um conjunto de equívocos em duas partidas decisivas. Na verdade, o somatório de alguns fatores foi o motivo principal, dentre eles:
Equívocos do Renato Gaúcho
Nosso Renato é bom técnico, tem potencial para ser ainda melhor, completou um ano à frente do clube, até com bons números e um título inédito que nos levou à Libertadores depois de 23 anos. Mas, mesmo sabendo que isso é difícil, tem que ser mais humilde e reconhecer que tem de estudar, se aprofundar e parar de achar que nos momentos decisivos somente o papo, a amizade e os rachões com os jogadores do elenco bastam para ganhar determinados jogos. Renato cometeu alguns erros importantes em alguns jogos e, mesmo poupando alguns atletas, o que se viu foram alguns elementos se arrastando em campo. Sua teimosia em mexer no time nos jogos finais do 2o turno foi latente. No jogo contra o Vasco, apostou que a partida iria para os pênaltis e, se não fosse a nossa jogada Thiago Neves-Thiago Silva, poderíamos ter perdido a partida. Contra o Botafogo, mesmo com mais uma atuação ruim da dupla Ygor-Arouca, além de Washington e Conca terem jogado abaixo da crítica, Renato não mexeu, o time morreu em campo e a derrota acabou acontecendo. Não temos bola de cristal, mas naquele dia o técnico tricolor deveria ter sacado Arouca ou Ygor e Washington, colocando o Roger e Allan ou Tartá, posicionando o time mais fechado e jogando nos contra-ataques em velocidade contra a lenta defesa do Botafogo – dificilmente teríamos tomado aquele gol, com o Roger fechando a área com o Luis Alberto e o Thiago Silva. É visível que os jogadores gostam do técnico, mas isso não basta para ganhar jogos. Renato, mais concentração!
Ygor e Arouca – ninguém merece o que está jogando essa dupla
Não sei se vocês se lembram, mas na 2a coluna do Conde Fidalgo, quando falávamos das contratações para 2008, já estava avisado: “Volantes – na média, são bastante limitados”. Naquele item, falamos rapidamente sobre o temor da não contratação de jogadores para essa posição em 2008, confiando apenas nos “pratas-da-casa” e no Fabinho.
Além de ter perdido Fabinho (que estava no Toulouse) para o Corinthians, numa barbeiragem tripla do Renato, Branco e Celso Barros, o Flu ainda contratou o Ygor, um jogador sem bagagem, altamente limitado e que, ainda pior, falha em momentos decisivos. Reconheço o esforço do jogador, sua briga em campo, mas sua limitação irrita. E o amor do Renato pelo seu futebol irrita ainda mais. E, por falar em irritar...
Arouca é o Seedorf brasileiro? Ou é apenas o Arouca brasileiro?
No jornal O Globo, normalmente na véspera de jogos decisivos, um torcedor do Flu publica um “Informe Publicitário”, colocando suas opiniões sobre a equipe. Num desses informes, ele dizia quais jogadores tinham “alma” e deveriam ser escalados e ainda chamava Arouca de “Seedorf brasileiro”, dizendo que este nunca poderia ficar de fora do time.
Pausa...
Clarence Seedorf, peço desculpas, em nome da torcida tricolor, à sua brilhante carreira, de títulos importantes por Ájax, Real Madrid e Milan e, acima de tudo, pela sua bola, que é muito cheia.
Voltando ao mundo real...
Arouca não passa de um Arouca. Há 3 anos o futebol (limitado) desse rapaz vem minguando, mas incrivelmente ele não é sacado da equipe (o Renato até ameaçou esse ano). É visível que está fora de forma, se arrastando em campo, hoje ele faz até o Toró parecer um jogador mais útil que ele (o que não quer dizer nada, na prática). E, pior (ou melhor, dependendo da ótica): seu contrato acaba no final do ano e a chance do clube ainda fazer algum dinheiro com ele é agora. Que a comissão técnica faça um trabalho com esse atleta para, pelo menos, ele entrar em forma e ser útil a equipe. Rodando de uma intermediária a outra, Arouca não está jogando rigorosamente nada. E nada de botar a culpa no Renato, nesse caso, porque o problema está exclusivamente no jogador.
Thiago Neves-dependência
Não há dúvida: o time do Fluminense é um quando Thiago Neves joga bem e outro quando não joga. E, mesmo em momentos do jogo onde desaparece um pouco (ainda é um jogador que cansa rápido), suas jogadas de bola parada e passes em profundidade são decisivos (o que deu para Washington sofrer o pênalti na decisão contra o Bota foi coisa de quem sabe muito). Mas, Thiago não é infalível, e nem sempre ele vai conseguir resolver. No esquema do Renato, onde Conca divide a armação, a saída de bola dos volantes, que atualmente é ruim, é decisiva. Na verdade, o Flu tem feito muita “ligação direta”, com lançamentos do Thiago Silva ou Junior César, buscando Washington e Cícero para ganhar as bolas de cabeça. Como a bola não tem chegado redonda, e a marcação adversária tem apertado, nosso melhor jogador tem tido dificuldades em momentos das partidas. Thiago será marcado constantemente e o técnico deve achar uma solução para esse problema.
3 Tenores - Azar? Incompetência? Ou ambos?
No início do ano, pouco noticiário esportivo sacudiu mais a mídia que a contratação dos três atacantes pelo Flu: Washington, repatriado do futebol japonês, maior número de gols numa edição de campeonato brasileiro; Dodô, o “craque dos gols bonitos”, do rival Botafogo; e Leandro Amaral, destaque seguido por duas temporadas do Vasco, desvinculado do clube cruzmaltino (à época) através de uma medida judicial.
Os “Três Tenores” foram notícia por dois meses seguidos, se iriam conseguir atuar juntos, sobre quem ficaria no banco, se um iria passar a bola pro outro, etc. Depois do fracasso na semifinal do 1o turno do Estadual (onde Renato colocou apenas dois para entrar jogando), o esquema com três atacantes foi deixado de lado; logo depois, Leandro Amaral é desvinculado do Flu através de medida judicial impetrada pelo Vasco da Gama, desfalcando a equipe no restante do segundo turno e na Libertadores (e, posteriormente, indo embora de vez). Saindo do banco de reservas, Dodô tem uma atuação boa contra a Cabofriense e uma antológica contra o Arsenal de Sarandí, num 6 x 0 inesquecível para a torcida do Flu; quando os tricolores já elegiam o seu novo ídolo, eis que num jogo contra o Friburguense, num lance bobo de área, Dodô tem uma fratura na face, que o deixou no estaleiro por quase dois meses (segundo a imprensa e baseado no último jogo-treino do Flu, já deverá fica no banco contra o Atlético Nacional). O “tenor” restante, Washington, que ainda vinha fazendo seus gols, mas tem tido suas atuações prejudicadas por não ter um companheiro efetivo que lhe prepare as jogadas, pede para Renato Gaúcho escalá-lo num jogo de final de turno, contra o Madureira, em Édson Passos, para “disputar” a artilharia do Estadual. No fim do 1o tempo, pula numa bola, mas pisa no pé de um jogador e sofre uma entorse. Depois, joga machucado contra Vasco e Botafogo, atuando mal nas duas partidas, sendo que na segunda perde um pênalti decisivo quando a partida ainda estava 0 x 0.
Que lição poderemos tomar?
Não há dúvida que o caso de Dodô foi uma fatalidade. Uma disputa de área, normal, como acontece várias vezes no jogo, atingido por um zagueiro. O meia Renato Augusto do Flamengo, jogador muito mais jovem, também passou por drama semelhante na 1a partida do rubro-negro em 2008 e apenas recentemente voltou a atuar pelo clube. Isso é fato.
Mas, quando chegamos aos outros dois, não podemos apenas atribuir ao “azar” ou a qualquer praga de torcedor a situação dos jogadores. Nós tricolores, reconhecemos o faro de gol do Washington. Foi uma ótima contratação, é um centroavante matador, parece ser jogador de grupo, etc. Mas, escalá-lo num último de jogo de turno, com a equipe já classificada, contra um Madureira, jogando no estádio de Édson Passos, apenas para satisfazer a vontade pessoal de “artilharia”, desculpem, eu não concordo. O objetivo SEMPRE deve ser o Fluminense, em primeiro lugar. Por mais que o jogador seja legal, tudo mais, Renato Gaúcho tinha obrigação de poupá-lo, pois, na semana seguinte, estavam em disputa a melhor campanha na Libertadores (fato que acabou acontecendo e que deu ao clube o direito de disputar a segunda partida em casa até o final do torneio) e a primeira partida da semifinal do 2o turno. Nessa, o comandante e nosso coração valente vacilaram, deram sopa para o “azar” (olha ele aí...) e deu no que deu. Um projeto pessoal acabou por prejudicar a equipe.
Leandro Amaral – o circo do Celsão, Horcadão, Renatão, Panhocão e Euricão, com o “palhaço” Amaral no meio do picadeiro
Hoje tem marmelada? Tem, sim senhor!
O caso Leandro Amaral, se tiver como epílogo a volta do atleta ao Vasco, não passará pela goela dos torcedores tricolores. No início da temporada, foi alardeado aos quatro ventos (por meios oficiais e inclusive por outros informais ligados exclusivamente ao Fluminense) que o caso do atacante com o Vasco estava resolvido, que as pendengas judiciais não aconteceriam, e que o mesmo estaria “100% no Fluminense”.
O real?
Desde o final de fevereiro, Leandro Amaral foi afastado judicialmente do Flu, desfalcando a equipe num momento importante. Na semana do clássico contra o Vasco pelo 2o turno, o Dr. Panhoca conseguiu uma liminar e o atacante somente não foi escalado graças a mais uma manobra da Federação em conjunto com o Vasco, fechando as portas da entidade para que o tricolor não pudesse registrar o jogador. Mesmo assim, Leandro chegou a assistir a vitória do Flu por 2 x 1 do camarote da empresa de saúde do Celso Barros. A torcida, sempre esperançosa, cantou a volta do atacante. O que aconteceu? Na semana seguinte, novamente foi cassada a liminar e, depois do último recurso ter sido recusado, Leandro Amaral acabou voltando ao Vasco na semana passada e, pasmem, deve até ser escalado nas fases finais da Copa do Brasil pela equipe cruzmaltina. Deu entrevistas, falou do seu processo de “amadurecimento” e que vai cumprir seu contrato.
Dentro desse circo, onde não faltaram bravatas, blefes e, acima de tudo, muita incompetência do lado do Fluminense e do advogado do jogador, duas foram as vítimas: a torcida tricolor, que teve um rápido gosto de ter um dos melhores atacantes do Brasil jogando pelo Flu, mas que agora terá o dissabor de ver o jogador voltar a atuar pelo Vasco, e a equipe do Flu, que, quando da contusão de Dodô, viu cair o padrão de jogo, com Washington jogando isolado (e caindo de produção), às vezes auxiliado por um esforçado Cícero, que não possui características de atacante.
Quanto à patrocinadora do Flu, a diretoria tricolor, o advogado do jogador e o técnico, grandes responsáveis pelo circo, fica o legado de meses jogados fora, quando outro atacante já deveria ter sido contratado. Dentro do Flu, ainda existe um fio de esperança na volta de Leandro, através de uma negociação futura com o Vasco.
Sabe o que o Conde vai fazer? Já que acabou a pipoca e o algodão doce, vou comprar meu amendoim torrado, para ver o próximo passo no picadeiro...
E pra frente?
Pois é, o Estadual acabou. Por outro lado, o Flu alcançou o 1o lugar geral na primeira fase da Libertadores, que traz como agregado mais importante disputar sempre em casa a segunda partida da fase “mata-mata”. Na minha visão (vi duas partidas dessa equipe na competição), nosso primeiro adversário, o Atlético Nacional de Medellín, tem uma equipe mediana, com um bom goleiro, uma defesa razoável, um meio de campo que carrega bem a bola e com ataque fraco. Sua campanha: em casa - uma vitória (Luqueño) e dois empates; fora de casa, venceu também o Luqueño e perdeu dois jogos por 1 x 0, para Audax e São Paulo.
Podemos passar pelo Nacional, mas acho que alguns pontos devem ser levados em consideração, mesmo sabendo que dificilmente serão:
I – Barração imediata de Ygor e Arouca e contratação de um volante: já que o Ygor está jogando praticamente de terceiro zagueiro, não há motivo para o Roger, jogador de técnica, caráter e alto grau de profissionalismo, não estar jogando; caindo como líbero, dá até para liberar um pouco mais o Thiago Silva; portanto, é Roger no lugar do Ygor. Quanto ao indolente Arouca, banco pra ele também. O Renato tem que começar a testar o Cícero no seu lugar e, se o time ficar muito frágil na marcação, que tente o Maurício. Mas, acima de tudo, a diretoria tem que contratar um volante (de preferência até dois), porque, além da Libertadores, vem aí o Campeonato Brasileiro: Marcelo Mattos, Allan Bahia, Fábio Simplício, Magal (ótimo campeonato paulista pelo Guaratinguetá), tanto faz: nossos volantes são fracos e o time tem que ser reforçado. Temos que ter volantes que marquem de verdade, limpando a bola para os armadores.
II – Se Dodô estiver semi-pronto, que entre em campo: na equipe do Flu de hoje, Dodô joga de qualquer maneira, a não ser que ainda tenha algum impedimento médico (não parece ser o caso). Para o jogo na Colômbia, se quiser que o time fique mais compacto, mexa no meio, mas Washington não pode mais jogar isolado na frente. O time fica capenga, a bola está batendo e voltando e várias vezes, pela falta de capacidade dos volantes de levar a bola a frente, a equipe faz ligação direta para o ataque, dificultando a armação de Conca e Thiago Neves. Dodô em campo, por favor.
III – Quando jogar na Colômbia, não adotar a tática suicida do 1o tempo contra a LDU: todos os tricolores lembram os sofridos 45 minutos iniciais da partida de estréia do Flu contra a LDU em Quito – um festival de bolas perigosas, onde a equipe poderia ter saído derrotada por uns dois ou três gols. Contra o Nacional, nada de retranca: gol fora de casa, vale muito. O Flu deve adotar uma postura mais compacta, mas não pode deixar de atacar. Não vamos enfrentar o Boca (por enquanto), e sim o Nacional. Nada de retranca exagerada.
Os últimos pedidos do Conde:
Para não perder a prática, vamos lá, rezando para que a Diretoria e o patrocinador saiam do estado letárgico que se encontram hoje em dia:
I – com o fim do cartoon Leandro Amaral, contratar mais um atacante: Somália, quando voltar, será mais um homem de área (terceira opção). Portanto, um atacante que caia pelos lados do campo é imprescindível no momento, de preferência um pouco mais jovem que os atuais. Como a inércia do trio Celso Barros-Branco-Tote Menezes irrita profundamente, começaram as especulações. O nome do Araújo foi tentado, mas, conforme saiu no jornal, o Flu não quer pagar a multa rescisória. Seria bom. Falaram também do Deivid, mas acho difícil que o time do Zico o libere. Também seria bom. Eu particularmente, apesar de também não ser mais um jovem, acho o nome do Magno Alves uma boa. Tem que vir alguém, com perfil de “preparador” de jogadas, mas que faça seus gols também.
II – Bomba-Relógio: todo mundo sabe o que faz uma bomba-relógio? Tic-tac-tic-tac-tic-tac...uma hora, ela explode. Já sabem de quem o Conde está falando? Lógico, do nosso grande Fernando Henrique! Tal como uma bomba-relógio, ele está sempre pronto a detonar. Na semifinal contra o Vasco, pelo 2o turno, Edmundo dá um peteleco, na direção do meio da área. Ao lado do nosso valoroso frangueiro, Gabriel está pronto para o corte. O que faz um goleiro profissional? Ora, ele agarra a bola! Não deu? Ele espalma a bola pro lado! Não deu, mas tem um zagueiro que vai isolar a bola? Deixa o zagueiro chutar!
Mas, para Fernando Henrique, nada é simples: tal como um líbero do vôlei, Fernando Henrique transforma o peteleco do Edmundo numa manchete sensacional para o Jeanta pegar de canela e quase eliminar o Flu. Explode a bomba.
Diretoria, Santos Apóstolos, Entidades Divinas, por favor: ajudem-nos a nos livrar do Fernando Henrique! Quando vocês vão acordar e ver que o Flu precisa de um goleiro?
III – Que venha o Leo: a tão decantada “boa fase” do Junior César não passa de um corre-corre louco e muita disposição – falta técnica. O Flu tem que contratar um lateral-esquerdo de peso. Leo é o nome e a Diretoria deve entrar pesado nesse jogador. Se pagavam R$120 mil pro Gustavo Nery, podem pagar mais pro Leo. É isso. Junior César é um bom banco.
IV – A volta do nefasto Carlos Alberto, NÃO! É grande a possibilidade de Thiago Neves não emplacar o resto de 2008 no Flu, principalmente quando se abrir a janela do futebol europeu. Nas Laranjeiras, o reino da letargia, já deve ter gente pensando: “Olha, que beleza, tem o Carlos Alberto, ele foi criado aqui, foi campeão da Copa do Brasil, está sem clube, que tal...” NÃO ! Por favor, NÃO! Carlos Alberto é uma erva daninha. Nem no São Paulo, clube de melhor estrutura do Brasil, este rapaz conseguiu funcionar. Brigou no Porto, brigou no Corinthians, brigou no Fluminense, brigou no Werder e agora brigou no São Paulo. Se Thiago Neves sair, busquem outro. Carlos Alberto NÃO !
Bom pessoal, é isso, desculpem o tom pesado da coluna, mas não dá para engolir a eliminação do campeonato carioca, abrindo caminho para o Flamengo nos igualar em títulos estaduais (já está em vantagem após a vitória por 1 x 0 no último domingo), o caso Leandro Amaral e a falta de atitude da diretoria tricolor, que teve desde junho de 2007 tempo e dinheiro para montar um elenco forte para a Libertadores, e deixou a desejar em vários aspectos.
Na próxima quarta, como se diz por aqui, o “bicho vai começar a pegar” na Taça Libertadores. Se passarmos do Atlético Nacional, cruzaremos com São Paulo ou Nacional do Uruguai e, se permanecermos na competição, provavelmente com o Boca Juniors.
Vamos em frente? A diretoria, o patrocinador, a comissão técnica e os jogadores vão ajudar?
Abraços
Conde Fidalgo
14 comentários:
não sei se existem culpados. penso somente que o Renato precisa aprender a perder.
abrazo!
http://gambetas.blogspot.com
Existem sim! Pricipalmente os que o Conde apontou muito bem: BOMBA RELOGIO """FH"""
Conde: AROUCA É SELEÇÃO!!!!!!!
Com o time que o Flu montou dava pra chegar sim...
Saudações Celestes
AQUI TEM NOTÍCIAS
AQUI TEM DISCUSSÃO: Mão Cheia e as coisas nos seus devidos lugares em Minas novamente!!!
ENTREM E SINTAM-SE A VONTADE
Garça minha ironia às vezes é trocada pela indiferença, acho que machuca mais e vamos falar a verdade, não tem muita graça detonar as frangas, nossa atenção tá voltada é para o Boca, o Meia-Boca já dançou...
Ola tudo bem com vc??
Olha ta complicado o spfc contratar viu..precisamos de um zagueiro, caso o Rodrigo ta ótimo..e um lateral..
adoraria ver o Kleber dos sardinhas jogar no meu time..rs
Beijosss
=D
Ops esqueci vamos trocar links??
=D
se o MENGÃO ganhar,vai empatar em títulos com o "fluzinho"....ARNALDO
Caro, Conde.
Não concordo que o Arouca seja tão ruim quanto vc diz.
Fernando Henrique sim! Este sujeito é ruim demais.
Fabinho e Ygor idem.
É impressao minha ou vc nao aprova o trabalho das divisoes de base do flu?:
Já estava com saudades. Sou trico lor e sempre passo por aqui porque as opinioes do conde batem muito com as minhas.
Será um absurdo a diretoria tricolor apenas PENSAR no nome do Carlos Alberto. Esse rapaz é um marginal. Além de ser um enganador.
EU NUNCA me iludi com ele. Gente ele nao sabe chutar pro gol!
O carlos aberto é muito jovem, mas é um grande jogador. os problemas dele são pertinenentes à idade.
muita gente implica com o garoto a toa, ele tem bola
Fernando Henrique é muito ruim! Ele é vira e mexe dá uma falhada.
www.ConfionoMengao.blogspot.com
Saudações Rubro Negras,
Diogo Ferreira
o FERNANDO HENRIQUE não chega a ser um "BRUNO",,,mas é um bom goleiro...SÉRGIO GUERRA.
O BLOGDOGARÇA está de parabéns pelo nível dos "comentaristas".NÃO SÓ O RAFAEL,mas como;PARIZZI,AUREO AMENO e o nosso CONDE FIDALGO.são matérias bem interessantes.boa sorte.abs...ROGÉRIO PESSOA.
Oi Rafael quando quiseres podemos tentar acertar melhor a ideia dos posts sobre brasileiros que fracassaram cá por Portugal. Abraço
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