E deixa uma ponta de melancolia.
O gigante construído para a Copa de 50, remendado inúmeras vezes, passou por duas grandes reformas recentes: Uma para o Mundial de Clubes, em 2000. Outra para os Jogos Pan-Americanos, ainda outro dia, em 2007. Centenas de milhões de Reais foram gastos nas duas (em torno de R$ 300 milhões). O Maracanã atual, se não era um estádio de primeiro mundo, inegavelmente tinha razoável conforto para os torcedores. Sua grande e badalada novidade na recente reforma era o setor inferior de cadeiras, com ótima visão do campo. Frequentado por famílias, crianças, e além de tudo, com o ingresso mais barato do estádio. E olha que chegou com a difícil missão de substituir a lendária geral, que desapareceu sob as cadeiras azuis.
As mesmas cadeiras, que três anos depois, e apenas dois dias após receber uma multidão em festa, são exatamente as primeiras a perder espaço para o futuro. Já estão empilhadas, saindo de cena.
O Maraca, tal qual um corpo cansado, que muito já viu e tanto viveu, vai novamente pra mesa de cirurgia. Em breve será invadido não por bisturis, mas por tratores, escavadeiras e máquinas que vão tratar de lhe deixar com carinha de um jovem senhor para a Copa de 2014.
Desde meus cinco anos de idade, levado por meu saudoso pai, fiz do infinito gigante de concreto minha segunda casa. Desde as empoeiradas e vastas arquibancadas, passando ao gramado, às tribunas de imprensa, até levar hoje meu filho – com os mesmos cinco anos – ao mesmo lugar onde tudo começou pra mim.
Foi nele que descobri que doce e amargo podem estar separados apenas por alguns metros. Foi lá que vi, tudo junto, intolerância, compreensão, ódio e fraternidade. Foi no Maracanã que abracei, pela primeira vez e ao mesmo tempo que outros milhares, um estranho. Foi naqueles históricos degraus que aprendi que saber vencer é, às vezes, mais difícil que saber perder. E foi no velho Maraca que saboreei as mais inesquecíveis jovens tardes de domingo.
Sim, definitivamente ali, fui muito feliz.
Por isso, olho angustiado para as novas obras do Maracanã; como quem leva um parente ao hospital, e sem ter a quem perguntar: “Ele vai ficar bom, né Doutor?!”.
Que cuidem bem do meu velho e tantas vezes maltratado Maraca.
Este coração e o de muitos milhões pulsam por ele.
As mesmas cadeiras, que três anos depois, e apenas dois dias após receber uma multidão em festa, são exatamente as primeiras a perder espaço para o futuro. Já estão empilhadas, saindo de cena.
O Maraca, tal qual um corpo cansado, que muito já viu e tanto viveu, vai novamente pra mesa de cirurgia. Em breve será invadido não por bisturis, mas por tratores, escavadeiras e máquinas que vão tratar de lhe deixar com carinha de um jovem senhor para a Copa de 2014.
Desde meus cinco anos de idade, levado por meu saudoso pai, fiz do infinito gigante de concreto minha segunda casa. Desde as empoeiradas e vastas arquibancadas, passando ao gramado, às tribunas de imprensa, até levar hoje meu filho – com os mesmos cinco anos – ao mesmo lugar onde tudo começou pra mim.
Foi nele que descobri que doce e amargo podem estar separados apenas por alguns metros. Foi lá que vi, tudo junto, intolerância, compreensão, ódio e fraternidade. Foi no Maracanã que abracei, pela primeira vez e ao mesmo tempo que outros milhares, um estranho. Foi naqueles históricos degraus que aprendi que saber vencer é, às vezes, mais difícil que saber perder. E foi no velho Maraca que saboreei as mais inesquecíveis jovens tardes de domingo.
Sim, definitivamente ali, fui muito feliz.
Por isso, olho angustiado para as novas obras do Maracanã; como quem leva um parente ao hospital, e sem ter a quem perguntar: “Ele vai ficar bom, né Doutor?!”.
Que cuidem bem do meu velho e tantas vezes maltratado Maraca.
Este coração e o de muitos milhões pulsam por ele.
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